Educação profissional e tecnológica e a precarização do trabalho no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15628/rbept.2025.15459Palavras-chave:
capitalismo de plataforma, Educação Profissional, educação tecnológica, precarização do trabalhoResumo
Este artigo discute a Reforma do Ensino Médio e a reforma trabalhista dos governos Temer e Bolsonaro como estratégias que visam formar uma mão de obra menos crítica e mais adequada às relações de produção características do capitalismo 4.0, bem como fragilizar a reprodução social e dos trabalhadores de maneira a assegurar a manutenção das taxas de acumulação de capital. O estudo divide-se em três partes: uma descrição das características gerais do capitalismo 4.0 e sua implementação na conjuntura brasileira; uma abordagem da educação profissional e tecnológica e da Reforma do Ensino Médio aprovada em 2017 e uma análise da reforma trabalhista que desregulamentou as relações de trabalho e fragilizou a reprodução social dos trabalhadores. Além de revisão bibliográfica e documental, foram aplicados questionários junto aos discentes e docentes dos Institutos Federais localizados em Alagoas, bem como entrevistas e observação participante com entregadores de aplicativos na cidade de Maceió.
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