A racista desvalorização do trabalho manual e da educação profissional no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15628/rbept.2024.14660

Palavras-chave:

Trabalho manual, Educação Profissional, Racismo, História do trabalho

Resumo

No presente artigo, partindo da hipótese de que a educação profissional no país é desvalorizada por conta do preconceito racista que se tem em relação às pessoas que realizam trabalhos manuais, pretendemos, por meio da metodologia do ensaio como conversa, explicitar argumentos que apontam e comprovam tal afirmação. O pressuposto classista de que o trabalho braçal é indigno é mobilizador de um tipo particular de racismo. Este é muito mais presente no ideário modernizador da educação oficial do que costumamos admitir. Faremos esse experimento do ensaio como conversa ao longo do texto, no intuito de apontar como o preconceito em relação ao trabalho manual e às/aos suas/seus portadoras/res nos atrapalha na criação da educação integrada.

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Biografia do Autor

Leonardo Rangel dos Reis, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA

Professor Efetivo de Sociologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFBA, Campus Salvador. Professor associado do Mestrado Profissional em Educação - MPED/UFBA. Pós-Doutorando em Cotidianos, Redes Educativas e Processos Culturais pela ProPEd/UERJ. Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da FACED/UFBA. Mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2011). Especialista em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia (2009). Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (2007). Foi professor substituto do Departamento II de Educação da FACED/UFBA, das disciplinas Metodologia e Prática do Ensino de Metodologia das Ciências Sociais I e II. Além disso, participa de projetos nas áreas dos Processos Formativos, Currículo, Educação, Cuidado e Biopoder junto aos grupos de pesquisas FORMACCE em aberto - Grupo de Pesquisa em Currículo e Formação - FACED/UFBA, e do DEVIR - Sexualidade, Gênero e Identidade em literaturas em língua portuguesa e outras expressões artísticas - IFBA. Também é coordenador de Malhas & Rizomas: grupo de estudos em Deleuze. Possui experiências nas áreas: Sociologia da Educação, Teoria Social, Etnografia da Educação e Educação Profissional.

Matheus Barbosa , IFBA

Possui Licenciatura em História pelo Centro Universitário Jorge Amado, cursa complementar teológico no Instituto Rhema Brasil, pós-graduado em Metodologia e Docência do Ensino Superior na Faculdade Dom Pedro II, Metodologia e Ensino de Geografia e História da África no Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Atualmente cursa a licenciatura em Geografia pela Estácio de Sá e Mestrado Profissional em Educação profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal da Bahia. Possui experiência na área de Ensino de História, Sociologia e Geografia no Ensino Fundamental II, Médio e cursos preparatórios.

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Publicado

08/04/2024

Como Citar

DOS REIS, Leonardo Rangel; BARBOSA DE SÁ CERQUEIRA , Matheus. A racista desvalorização do trabalho manual e da educação profissional no Brasil . Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, [S. l.], v. 1, n. 24, p. e14660, 2024. DOI: 10.15628/rbept.2024.14660. Disponível em: https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/article/view/14660. Acesso em: 29 abr. 2024.

Edição

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ARTIGOS

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