A FORMAÇÃO PARA O TRABALHO: O PAPEL DOS INSTITUTOS FEDERAIS NA PRODUÇÃO DOS NOVOS INTELECTUAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2018.7120

Palavras-chave:

Educação Profissional, Trabalho como Princípio Educativo, Intelectual Orgânico.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a possibilidade da formação para o trabalho atuar como instrumento de libertação dos trabalhadores. À luz da contribuição teórica oferecida por Marx, Engels, Gramsci e Lukács compreende-se que o trabalho é o elemento determinante na diferenciação do homem frente aos demais animais e na (re)construção da específica e particular natureza humana, convertendo o ser natural em ser social. As transformações sociais ocorridas sob o modo de produção capitalista distorcem o real sentido do trabalho, tornando a atividade executada pelo homem instrumento de alienação e aprisionamento. Ao se eleger o trabalho, na sua dimensão histórico-ontológica, como princípio educativo, tem-se a possibilidade de permitir à classe trabalhadora produzir os seus próprios intelectuais e, portando, sua própria ideologia. Inicialmente, este estudo apresenta as dimensões históricas e ontológicas do trabalho, em seguida, discute a formação dos intelectuais orgânicos por meio da escola unitária gramsciana, por fim, reflete sobre a existência do gérmen desta perspectiva formativa dentro dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, concluindo que estas intituições podem se configurar como um modelo contra-hegemônico de educação profissional capaz de apontar o horizonte do “reino da liberdade” para a classe trabalhadora.

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Biografia do Autor

Karla Rodrigues Mota, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás câmpus Anápolis.

Mestranda em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Licenciada em Química (2017) pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Bacharel em Química Industrial pela Universidade Estadual de Goiás (2012). Associada à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação/ANPEd. Membro Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas Panecástica - Homem, Trabalho e Educação Profissional Tecnológica. Membro do Grupo de Pesquisas Kadjót - Grupo Interinstitucional de Estudos e Pesquisas sobre as relações entre as Tecnologias e a Educação.

Cláudia Helena dos Santos Araújo, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás câmpus Anápolis.

Doutora em Educação. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Panecástica. Membro do grupo de pesquisa KADJÓT. Docente e pesquisadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica.

Bruno Gonçalves dos Santos

Mestre em Ciências Sociais e Humanidades pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar Territórios e Expressões Culturais do Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás (2015). Docente da rede privada de ensino de Anápolis-GO.

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Publicado

11/06/2018

Como Citar

Mota, K. R., Araújo, C. H. dos S., & Santos, B. G. dos. (2018). A FORMAÇÃO PARA O TRABALHO: O PAPEL DOS INSTITUTOS FEDERAIS NA PRODUÇÃO DOS NOVOS INTELECTUAIS. HOLOS, 2, 351–364. https://doi.org/10.15628/holos.2018.7120

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ARTIGOS

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