JUVENTUDES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: contradições entre suas conquistas como sujeitos de direitos e os silenciamentos nos espaços escolares
DOI:
https://doi.org/10.15628/holos.2017.5747Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, Juventudes, Direitos Humanos, Ensino MédioResumo
Este artigo analisa a Educação de Jovens e Adultos (EJA) enquanto direito humano, partindo das conquistas nos marcos legais concernentes às juventudes e refletindo, como contraponto, sobre o silenciamento dos sujeitos jovens nessa modalidade de ensino. Trata-se de um recorte da dissertação intitulada O que é ser jovem... aluno... e alagoano: um estudo sobre referências culturais e identidades juvenis, submetida ao Mestrado em Educação Brasileira, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas (PPGE/UFAL). A metodologia da pesquisa é qualitativa, mediante análise documental da legislação, como também dos argumentos de três jovens a partir de grupos de discussão e entrevistas semiestruturadas em uma escola pública estadual em Maceió, Alagoas. Como aporte teórico, o artigo apresenta a análise da legislação referente aos jovens e à EJA, como a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto da Juventude, dentre outros textos oficiais; bem como conceitos, como de “juventudes”, de Pais e Feixa; “condição juvenil”, de Abramo, Dayrell e Teixeira; e da relação dos/das jovens com a experiência escolar, de Carrano; Martins, Moreira; Candau, Freire e Sacristán. Identifica-se, nos argumentos analisados, o quanto é urgente que a EJA seja repensada, frente a sua juvenilização, para o reconhecimento dos/das jovens como sujeitos de direitos e um melhor atendimento das reais necessidades dos/as estudantes inseridos/as nessa modalidade de ensino.
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