EDUCAÇÃO 2050: PENSAR O FUTURO EM TEMPOS DE MUDANÇAS ACELERADAS
Palavras-chave:
Educação em 2050; Futuro; Tecnologias; Educação algorítma; Educação emancipatória.Resumo
Este texto é um ensaio, uma reflexão sobre o futuro da educação pensado em tempos de mudanças aceleradas, marcados pela incerteza de nossa era societária. Perspetivar a educação em 2050 não é tarefa fácil pois as previsões nunca são exatas. Porém, a ancoragem no desenvolvimento atual das ciências e tecnologias é um ponto de partida sólido para entender o mundo que nos cerca e traçar horizontes que expliquem como atuar e viver no futuro próximo. Assim, neste exercício prospectivo reflete-se sobre o que poderá ocorrer com a escola e seus atores, procurando responder à questão de partida: Como será a educação em 2050? O ensaio contém quatro tópicos: (i) previsões, futurismo e ciências; (ii) pensando a Educação do futuro: a tecnologia é uma aliada? (iii) educação versus soberania algorítmica; (iv) educação emancipatória. Inicia-se por abordar a incerteza e busca-se mostrar a importância da ciência para entender o que está mudando na relação dos seres humanos com as tecnologias, entendendo-se que estas são muito mais parceiras do que inimigas. Perante as profundas transformações orquestradas por nanotecnologia, biotecnología, inteligência artificial e algaritmos, há a necessidade da escola preparar os alunos para a vida incerta (vida líquida), para lidar com mudanças, aprender coisas novas e preservar seu equilíbrio mental em situações que não lhes são familiares. Num futuro de mundos virtuais e algoritmizados, é vital uma educação emancipatória de modo a contribuir para libertar e “esperançar” os seres humanos. O que se espera da Educação em 2050 é um futuro repleto de alunos que se formariam como cidadãos conscientes de seu lugar no espaço e no tempo. Alunos sujeitos, alunos atores, alunos construtores, alunos coempreendedores, que em seu lugar de criação autônoma, livre, consciente e criativa, saibam manejar a tecnologia a seu favor e das comunidades, a bem de um desenvolvimento sustentável para esta casa comum em que vivemos.
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