CIANOBACTÉRIAS EM RESERVATÓRIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO: OCORRÊNCIA E TOXICIDADE

Autores

  • Victor Hugo Moreira de Lima Laboratório Central de Saúde Pública – Dr. Milton Bezerra Sobral

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2017.4470

Palavras-chave:

reservatório, cianobactéria, cianotoxinas, saúde pública

Resumo

A qualidade da água dos reservatórios de abastecimento público do Estado de Pernambuco vem sendo comprometida, no que concerne a seu padrão de potabilidade, isto se deve ao intenso processo de eutrofização. Este processo de enriquecimento das águas prejudica os usos múltiplos dos reservatórios, principalmente pelo fato de propiciar o desenvolvimento de florações de cianobactérias potencialmente produtoras de cianotoxinas que podem afetar a saúde de muitos animais, inclusive do homem. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo realizar o levantamento taxonômico das cianobactérias e determinar a concentração de cianotoxinas pelo método imunoenzimático (ELISA) nos reservatórios de Jucazinho e Carpina, situados no Agreste e na Zona da Mata Norte do Estado de Pernambuco, respectivamente. As amostras foram coletadas com frequência mensal, durante os meses de setembro a dezembro de 2014, na região limnética próximo ao ponto de captação dos reservatórios. Foi relatada a ocorrência de florações de cianobactérias potencialmente produtoras de cianotoxinas em amostras de água dos reservatórios estudados. Contudo, as concentrações de cianotoxinas em ambos os reservatórios ficaram abaixo dos valores máximos permissíveis estabelecidos na portaria MS 2.914/2011. Diante de tais resultados, a ocorrência de “blooms” tóxicos de cianobactérias nos reservatórios em estudo aponta um risco permanente de cianotoxinas e indica a necessidade da implementação de medidas de controle das florações, visando à melhoria da qualidade das águas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Victor Hugo Moreira de Lima, Laboratório Central de Saúde Pública – Dr. Milton Bezerra Sobral

Possui graduação em Bacharelado em Ciências Biológicas com ênfase em Biologia Parasitária pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE), Especialização em Informática em Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Especialização em Gestão em Saúde pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Especialização em Gestão da Inovação e Difusão Tecnológica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Especialização em Educação Ambiental e Geografia do Semiárido pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e Mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente é Biólogo do Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco - Dr. Milton Bezerra Sobral (LACEN PE); Revisor do periódico científico EDUCTE; Professor convidado da Universidade de Pernambuco. Tem experiência na área de Microbiologia, Micologia, Fitoquímica, Cianobactérias e Cianotoxinas. Possui inúmeros artigos publicados em periódicos, congressos nacionais e internacionais. Experiência em docência em turmas de Ensino Médio e Superior.

Referências

Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). (2014). Boletim do clima. Recuperado de http://www.apac.pe.gov.br/arquivos_portal/boletins/Apac_Boletim_do_Clima

American Public Health Association (APHA). Standard methods for the examination of water and wastewater. 22 ed. 2012. Washington: APHA.

Andrade, P. R. G. S., Curi, W. F. & Curi, R. C. (2002). Alocação ótima de recursos de água associada a operação integrada de reservatórios de usos múltiplos - uma avaliação alternativa para reforço do abastecimento de Recife. In: Seminário de Planejamento, projeto e operação de redes de abastecimento de água: O estado da arte e questões avançadas (10-13 Junho), 2002, João Pessoa-PB. CD-ROM, v. 1. p. 1-14.

Aragão, N. K. C. V., Gomes, C. T. S., Lira, G. A. S. T. & Andrade, C. M. (2007). Estudo da comunidade fitoplanctônica no reservatório do Carpina-PE, com ênfase em Cyanobacteria. Artigo, UFPE, Rev Inst Adolfo Lutz, 66(3): p. 240-248.

Azevedo, S. M. F. O. (1998). Toxinas de cianobactérias: causas e consequências para a saúde pública. Med Online, 1(3). Recuperado de http://www. medonline. com.br/med_ed/med3/microcis.htm

Barreto, L. V., Barros, F., Bonomo, P., Rocha, F. & Amorim, J. (2013). Eutrofização em rios brasileiros. Enciclopédia biosfera, Centro científico conhecer Goiânia, v. 9, n. 16, p. 2165-2179.

Bittencourt-Oliveira, M., Santos, V., Moura, A., Tavares, N. & Araújo, M. (2014). Cyanobacteria, microcystins and cylindrospermopsin in public drinking supply reservoirs of Brazil. Annals of the Brazilian Academy of Sciences, v. 86, n. 1, p. 297-309. Recuperado de http://www.scielo.br/aabc

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, a qual dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. (2011). Diário oficial da União. 14 dez. seção 1, p.39. Recuperado de http://www.bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.

Calijuri, M. C., Alves, M. S. A. A. & Santos, A. C. A. (2006). Cianobactérias e cianotoxinas em águas continentais. São Carlos: RiMa, 118p.

Carneiro, T. G. & LEITE, F. (2008). Cianobactérias e suas toxinas. Rev Analytica, 32(32):36-41.

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB. Fitoplâncton de água doce. Métodos qualitativo e quantitativo. (2005). São Paulo: Normas Técnicas CETESB.

Chen, H., Burke, J. M. & Prepas, E. E. (2011). Cyanobacterial toxins in fresh waters. In: Nriagu JO, editor. Encyclopedia Environ Health. Philadelphia: Elsevier, p. 860-71.

Chorus, I. & Bartram, J. (1999). Toxic cyanobacteria in water: a guide to their public health consequences, monitoring and management. New York: Ed. London and New York E & FN Spon.

Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA). Diretoria Comercial e de Atendimento. (2008). Relatório de informações comerciais. Recife-PE. ESTEVES, F.A. 1998. Fundamentos de Limnologia. 2ª ed. Editora Interciência, RJ, 602p.

Di Bernardo, L., Minillo, A. & Dantas, A. D. B. (2010). Florações de algas e de cianobactérias: suas influências na qualidade da água e nas tecnologias de tratamento. Primeira edição, Editora LdiBe, São Carlos, SP,

Dörr, F. A., Pinto, E., Soares, R. M. & Azevedo, S. M. F. O. (2010). Microcystins in south american aquatic ecosystems: occurrence toxicity and toxicological assays. Toxicon., 56(7):1427-56. doi:10.1016/j.toxicon.2010.03.018

Figueredo, C. C. & Giani, A. (2001). Seasonal variation in the diversity and species richness of phytoplankton in a tropical eutrophic reservoir. Hydrobiologia, v. 445, p.165-174, jan.

Fonseca, F. S., Ruvieri, V., Onaka, E. M., Santana, R. L., Scorsafava, M. A. & Sabino, M. (2010). Influência de fatores climatológicos na ocorrência de microcistina. Rev Inst Adolfo Lutz., 69(4):461-6.

Gomes, C. T. S. (2003). Análise da variação qualiquantitativa do fitoplâncton no reservatório do Carpina – PE [Dissertação de mestrado]. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Komárek, J. & Anagnostidis, K. (1986). Modern appoach to the classificationsystem of Cyanophytes, 2: Choococcales. Archiv fur Hydrobiologie, Suppl. 73, Algological Studies, 43. 157-226.

Komárek, J. & Anagnostidis, K. (1999). Cyanoprokaryota, 1. Teil: Chroococcales. In: Ettl HG, Gartner, Heynig & D. Mollenhauer Ettl (eds): Susswasserfl ora von Mitteleuropa; Gustav Fischer, Stuttgart, 19. 1-545.

Komárek, J. & Anagnostidis, K. (2005). Cyanoprokaryota, 2. Teil: Oscillatoriales. Subwasserfl ora von Mitteleuropa. Bridel B, Gaster G, Krienitz L, Schargerl M. (Hrs.) (19/2). Elsevier. p.759.

Maia-Barbosa, P. M., Peixoto, R. S. & Guimarães, A. S. (2008). Zooplankton in littoral waters of a tropical lake: a revisited biodiversity. Braz. J. Biol, v. 68, n. 4 Suppl, p. 1069-1078, nov.

Mateucci, S. D. & Colma, A. (1982). La metodología para el estudo de la vegetación. Collección de monografías científicas. Série Biologia 22 (1): 1-168.

Merel, S., Clément, M. & Thomas, O. (2010). State of the art on cyanotoxins in water and their behaviour towards chlorine. Toxicon., 55(4):677-91. doi:10.1016/j.toxicon.2009.10.028

Ministérios da Integração Nacional. Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (MIN-DNOCS). (1991). 3ª Diretoria regional. Projeto básico da Barragem de Jucazinho. Estudo Hidrológico. Recife: Geogrupo, 236p.

Molica, R. & Azevedo, S. (2009). Ecofisiologia de cianobactérias produtoras de cianotoxinas. Revista Oecologia Brasiliensis, v.13, n.2, p. 229-246.

Moura, A. N., Bittencourt-Oliveira, M. C., Dantas, E. W. & Arruda Neto, J. D. T. (2007). Phytoplanktonic associations: a tool to understanding dominance events in a tropical Brazilian reservoir. Acta Bot Bras.,21(3):641-8. doi:10.1590/S0102-33062007000300011

Pernambuco. Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTMA). PROÁGUA. (2004). Plano de Aproveitamento dos Recursos Hídricos da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata e Agreste Pernambucano. Ações complementares - Controle de Enchentes. Techine Engenheiros Consultores, TomoV. 54p.

Sant’Anna, C. L., Azevedo, M. T. P., Agujaro, L. F., Carvalho, M. C., Carvalho, L. R. & Souza, R. C. R. (2006). Manual ilustrado para identificação e contagem de cianobactérias planctônicas de águas continentais brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência.

Silva, E. M., Gomes, C. T. S., Ramos, C. P. S. & Bricio, S. M. L. (2013). Ocorrência de cianobactérias no reservatório de Mundaú, no estado de Pernambuco, no período de janeiro de 2010 a novembro de 2011. VISA Debate,1(3):35-42. doi:10.3395/vd.v1i3.40

Tundisi, J. (2008). Recursos hídricos no futuro: problemas e soluções. Estudos avançados, v. 22, n. 68, p. 7-16.

Utermöhl, H. (1958). Zur vervollkommung der quantitativen phytoplankton metodik. Mitt Int. Rer. Theor. Argrew. Limnol. 9: 1-38.

Downloads

Publicado

19/09/2017

Como Citar

Lima, V. H. M. de. (2017). CIANOBACTÉRIAS EM RESERVATÓRIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO: OCORRÊNCIA E TOXICIDADE. HOLOS, 4, 111–124. https://doi.org/10.15628/holos.2017.4470

Edição

Seção

ARTIGOS

Artigos Semelhantes

<< < 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.