EDITORIAL
DOI:
https://doi.org/10.15628/rbept.2008.2898Resumo
Um novo lugar no desenvolvimento científico e tecnológico nacional
A Educação Profissional e Tecnológica atravessa um grande momento, graças às decisões de um governo que demonstra profunda compreensão do valor estratégico da mesma para o desenvolvimento nacional. Por essa razão, está em curso um vigoroso plano de expansão da rede federal que deverá deixar em pleno funcionamento, até 2010, 354 unidades de ensino e oferecer em torno de 500 mil vagas, distribuídas pelos 26 estados e o Distrito Federal. Para tanto, a Secretaria de Educação profissional e Tecnológica do Ministério da Educação está investindo na contratação de pessoal — em todos os níveis —, na melhoria da infra-estrutura física das escolas, pela necessidade de ofertar uma variada gama de cursos, que deverão, como prioridade, estar sintonizados com as demandas do desenvolvimento local e regional.
Um novo lugar no desenvolvimento científico e tecnológico nacional, portanto, está sendo construído para essa modalidade de ensino. Novo lugar que resulta das transformações identitárias gestadas ao longo das últimas décadas na rede federal, mas cuja visibilidade social apenas recentemente começou a tomar forma, seja por meio da criação da Universidade Tecnológica do Paraná e dos esforços para a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, seja pela intensificação e diversificação das atividades de ensino visando a atender os mais diferenciados públicos, nas formas presencial, semi-presencial e a distância.
Que é reflexo também das atividades de extensão, inovação tecnológica e pós-graduação, do debate sobre a redefinição do ensino agrícola, da realização das primeiras jornadas científicas regionais e nacionais, dentre outras ações que anunciam a superação do papel da rede federal, até há pouco limitado à oferta de cursos profissionalizantes para as camadas mais pobres da população e de simples fornecedora de mão-de-obra para o desenvolvimento econômico.
Parte integrante de um projeto de desenvolvimento nacional que busca consolidar-se como soberano, sustentável e inclusivo, a Educação Profissional e Tecnológica está sendo convocada não somente para atender às novas configurações do mundo do trabalho, mas, também, para contribuir com a elevação da escolaridade dos trabalhadores e trabalhadoras em geral. Nessa direção, acredita-se, a atual conjuntura histórica é extremamente favorável à transformação da Educação Profissional e Tecnológica em importante ator da produção científica e tecnológica nacional. Especialmente porque o espaço social das práticas de ensino, pesquisa e inovação desenvolvidas nessa área vem se constituindo de forma diferenciada, porquanto mais vinculada à ciência aplicada e às realidades locais, em contraponto àquelas desenvolvidas no espaço do mundo acadêmico. Este é o elemento distintivo que está na gênese da constituição de uma identidade social particular para os agentes e instituições aí envolvidos.
Fenômeno decorrente da história, do papel e das relações específicas que a Educação Profissional e Tecnológica tem estabelecido com a ciência e a tecnologia, o desenvolvimento regional e local e com o mundo do trabalho em geral.
Nesse contexto, a Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica surge para dar visibilidade à produção científica e tecnológica realizada no âmbito dessa modalidade da educação, em particular aquela que busca refletir sobre os temas mais relevantes para o desenvolvimento nacional. Atualmente, essa produção, principalmente a da rede federal, encontra-se dispersa em várias publicações especializadas em educação, tecnologia e áreas afins, dada a inexistência de um veículo próprio. Daí a necessidade de um projeto para divulgá-la em um espaço legítimo e específico, que contribua para ampliar o diálogo dessa produção com os grandes temas e desafios nacionais no campo da ciência e da tecnologia.
A seleção dos artigos apresentados neste primeiro número destaca o caráter plural e democrático que deverá acompanhar a trajetória da Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica. Desta forma, por um lado, apresenta-se uma diversidade temática, com artigos sobre o papel das licenciaturas tecnológicas, a formação para a área da pesca, a formação de docentes para a Educação Profissional e Tecnológica, as tecnologias assistivas,
o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. Por outro, apresenta-se uma diversidade de olhares e lugares, envolvendo acadêmicos, pesquisadores da própria rede e intelectuais vinculados ao Serviço Nacional da Indústria (SENAI).
É esse o clima desta nova revista. Orgulhamo-nos, portanto, todos da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, do Conselho Editorial e do Comitê Científico de darmos esse primeiro passo. A semente está plantada.
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