Entre a subordinação e a agência: uma análise da geossociabilidade feminina a partir do filme Uma linda mulher

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2019.8200

Palavras-chave:

Gênero, Classe, Identidade Social, Geossociabilidade,

Resumo

O presente artigo traz uma reflexão sobre a geossociabilidade e os processos de resistência e agência da mulher na sociedade contemporânea, a partir de uma análise ancorada na comédia romântica norte-americana da década de 1990, Uma linda mulher, como referência empírica do pensamento coletivo, como propõe Geertz (1976) e Híkiji (1998). Considerando as interseções Gênero, Classe e Identidade, os resultados revelam que elementos do dispositivo sociocultural, como o sistema de moda, os processos de estigmatização identitária, objetificação feminina e o imaginário romântico, a princípio, parecem contribuir para a construção de um lugar social desprivilegiado para as mulheres, tanto na obra de ficção, quanto nas práticas cotidianas. Entretanto, como evidenciado na obra, a oposição da personagem feminina às diversas formas de abusos do poder fez emergir a sua potência e a sua participação como sujeito nas relações de poder, demonstrando resistência e agência aos limites impostos pela ordem social, ampliando a sua geossociabilidade, ressignificando práticas socioculturais discriminatórias e a sua vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ronan Leandro Zampier, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Doutorando em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa, Mestre em Administração pela FEAD Minas (2012), Especialista em Gestão Estratégica pela Universidade Federal de Viçosa (2007) e Bacharel em Administração pela Universidade Presidente Antônio Carlos (2004). Professor na Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG Passos, Editor-Adjunto do periódico Oikos: Família e Sociedade em Debate e pesquisador vinculado aos seguintes grupos de pesquisa certificados pelo CNPQ: Gênero, Trabalho e Consumo (UFV); e Grupo de Estudos em Marketing, Consumo e Sociedade - GEMACONS (PUC Minas). Tem interesse nos seguintes temas de pesquisa: Cultura e Consumo; Luxo; Estudos do Consumo com ênfase na interseccionalidade (incluindo as variáveis: Classe, Gênero, Raça/Etnia e Idade); e Marketing e Sociedade.

Rita de Cássia Pereira Farias, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas. Professora do Curso de Graduação em Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Referências

Anaz, Sílvio Antonio Luiz. (2017). O sobre-humano nos imaginários cinematográficos bem-sucedidos. Comun. Mídia Consumo, 14(41), 171-194, Set./Dez.

Bergamo, Alexandre. (2007). A experiência do status: roupa e moda na trama social. São Paulo: UNESP.

Bergamo, Alexandre. (1998). O campo da moda. Rev. Antropol., 41(2), 137-184. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77011998000200005&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 20 ago. 2018.

Bourdieu, Pierre. (2007). A distinção: crítica social do julgamento. Tradução Daniela Kern; Guilherme J. F. Teixeira. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk.

Bourdieu, Pierre. (2002). A dominação masculina. Tradução de Maria Helena Kuhner. (2nd. ed.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Butler, Judith. (2010). Mecanismos psíquicos del poder: teorias sobre la sujeción. Tradução de Jacqueline Cruz. (2nd. ed.). Madrid: Ediciones Cátedra.

Cardoso, Jéssica Matos, Soares, Alex Sales & Lima, Carlos Henrique Lucas. (2017). A subversão do gênero e o gênero da subversão. Cadernos de gênero e diversidade, 3(4), 133-144, Out./Dez.

Fanini, Ângela Maria Rubel, Santos, Marcia Lopes dos & Gnoato, Gilberto. (2017). Cultura da violência, dispositivo do amor-paixão, sexualidade e machismo: uma análise do discurso feminino em relacionamentos conturbados. INTERthesis, Florianópolis, 14(2), 132-151, Mai./Ago.

Farias, Rita de Cássia Pereira. (2009). Conjugalidade e profissão de modelo: projetos conflitantes ou complementares. Cad. Pagu, Campinas, (33), 167-197. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332009000200007&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 17 ago. 2016.

Farias, Rita de Cássia Pereira. (2010). Uniforme de trabalho e emancipação feminina: das companhias aéreas à siderurgia. Colóquio de moda. (6), 1–11.

Foucault, Michel. (1982). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal.

Geertz, Clifford. (1976). Art as a Cultural System. MLN, 91(6), 1473-1499. Disponível em: www.jstor.org/stable/2907147. Acesso em: 16 jan. 2018.

Geertz, Clifford. (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.

Goffman, Erving. (1988). Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Tradução de Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC.

Goldenberg, Mirian. (2006). O corpo como capital: para compreender a cultura brasileira. Arquivos em movimento, 2(2), 115-123. Disponível em: https://revista.eefd.ufrj.br/EEFD/article/viewFile/199/150. Acesso em: 10 de ago. 2018.

Híkiji, Rose Satiko Gitirana. (1998). Antropólogos vão ao cinema: observações sobre a constituição do filme como campo. Cadernos de Campo. São Paulo, VII(7), 91-113. Disponível em: https://doi.org/https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v7i7p91-113. Acesso em: 16 jun. 2018.

Mauss, Marcel. (2003). Sociologia e antropologia. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify.

López Molina, Sergio Alberto. (2018). El linchamiento de Berenice. Violencia de género e impunidad. Espiral, XXV (72), 151-182.

Novaes, Joana de Vilhena. (2011). Beleza e feiura: corpo feminino e regulação social. In Priore, Mary Lucy Murray Del & Amantino, Marcia. (Orgs.). História do corpo no Brasil. São Paulo: Unesp.

Paim, Maria Cristina Chimelo & Strey, Marlene Neves. (2004). Corpos em metamorfose: um breve olhar sobre os corpos na história, e novas configurações de corpos na atualidade. Lecturas: EF y Deportes, 10(79). Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd79/corpos.htm. Acesso em: 26 abr. 2018.

Rezende, Ana Márcia de Almeida & Silva, Joilson Pereira da. (2017). Violência contra a mulher: representações sociais de adolescentes. INTERthesis, Florianópolis, 15(1), 92-110, Jan./Abr.

Santos, Cecília Macdowell & Izumino, Wânia Pasinato. (2005). Violência contra as mulheres e violência de gênero: notas sobre estudos feministas no Brasil. Estudios Interdisciplinarios de America Latina y el Caribe, 16(1), 147–164. Disponível em: http://eial.tau.ac.il/index.php/eial/article/view/482. Acesso em: 15 mai. 2018.

Simmel, Georg. (2008). Filosofia da moda e outros escritos. Lisboa: Texto & Grafia.

Simmel, Georg. (2006). Questões fundamentais da sociologia: indivíduo e sociedade. Rio de Janeiro: Zahar.

Souza, Gilda de Mello e. (1987). O espírito das roupas: a moda no século XIX. São Paulo: Companhia das Letras.

Uma linda mulher. Direção: Garry Marshall. (1990). Produção: Arnon Milchan, Steven Reuther & Gary W. Goldstein. Intérpretes: Julia Roberts, Richard Gere, Hector Elizondo, Jason Alexander, Ralph Bellamy e outros. Roteiro: Jonathan Frederick Lawton. Música: James Newton Howard. Estados Unidos: Touchstone Pictures. 1 DVD (119 min), color.

Weakland, John H. (1995). Feature films as cultural documents. In Hockings, Paul (Org.). Principles of Visual Anthropology (45–68). New York: De Gruyter.

Wolf, Naomi. (1992). O mito da beleza. Rio de Janeiro: Rocco.

Downloads

Publicado

24/12/2019

Como Citar

Zampier, R. L., & Farias, R. de C. P. (2019). Entre a subordinação e a agência: uma análise da geossociabilidade feminina a partir do filme Uma linda mulher. HOLOS, 4, 1–18. https://doi.org/10.15628/holos.2019.8200

Edição

Seção

ARTIGOS

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.