O PROGRAMA NACIONAL DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL (ProInfo) NO CONTEXTO DA DESCENTRALIZAÇÃO DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA

Autores

  • Renildo Barbosa Estevão Universidade Federal do Piauí
  • GUIOMAR OLIVEIRA PASSOS Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2015.2645

Palavras-chave:

ProInfo. Descentralização. Federalismo. Políticas Públicas. Estratégias indutoras.

Resumo

Este texto analisa o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), caracterizando sua engenharia institucional, em particular o modo como estabelece parceria entre a União e os entes federados. O objetivo é examinar os traços constitutivos do ProInfo, identificando, nessa engenharia institucional, a estratégia de indução do governo federal para atrair a adesão de estados e municípios. Para tanto, recorre-se à legislação que o instituiu, além da literatura relativa à descentralização das políticas sociais num Estado federativo. Constatou-se que o modelo do ProInfo assenta-se numa divisão do trabalho em que a União financia, coordena, acompanha e avalia, enquanto os demais entes federativos administram, executam e mantêm as ações, responsabilizando-se pelos custos de manutenção, inclusive de pessoal e instalações. É uma estratégia desenhada que favorece a montagem da infraestrutura, oferecendo os meios, complementando-os ou incentivando-os a desenvolver a introdução das novas tecnologias na educação, mas não estabelece qualquer vínculo entre a liberação de recursos e o cumprimento das atribuições pactuadas ou mesmo destas com novos aportes de recurso. Portando, a engenharia institucional, ainda que tenha patrocinado a instalação de laboratórios, isto é, tenha disponibilizado os meios para a inclusão digital desejada, não favoreceu, como objetivava o programa, o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação básica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renildo Barbosa Estevão, Universidade Federal do Piauí

Mestrando em Políticas Públicas - CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - CCHL

GUIOMAR OLIVEIRA PASSOS, Universidade Federal do Piauí

Doutora em Sociologia pela Universidade de Brasília, Mestrado em Educação pela UFPI

Professora da UFPI no Programa de Mestrado e Doutorado em Política Públicas e no curso de Serviço Social

Referências

ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares; CARNEIRO, Leandro Piquet. Liderança local, democracia e políticas públicas no Brasil. Opinião Pública [online], Campinas, v. 9. 2003, n.1, p. 124-147, mar. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/op/v9n1/16154.pdf>. Acesso em: 01 out. 2014.

ANDRADE, Pedro Ferreira de; LIMA, Maria. C. M. de Albuquerque. Projeto EDUCOM. Brasília: MEC/OEA, 1993.

ARRETCHE, Marta. Estado Federativo e políticas sociais: determinantes da descentralização. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan; São Paulo: FAPESP, 2011.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Portaria. nº 522, de 9 de abril de 1997. Cria o Programa Nacional de Informática na Educação. Brasília-DF, 1997a. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=22148>. Acesso em: 24 jan. 2014.

______. Ministério da Educação. Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE. Caracterização e Critérios para Criação e Implantação. Brasília-DF, 1997b. Disponível em: < https://www.fnde.gov.br/sigetec/upload/manuais/cat_crit_NTE.doc>. Acesso em: 22 fev. 2014.

______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

______Ministério da Educação; UNB. ProInfo: perspectivas e desafios – Relatório Preliminar de Avaliação. Brasília-DF, 2002. Disponível em: < http://dominiopublico.mec.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=22151 >. Acesso em: 03 jan. 2014.

______. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Relatório de gestão do FNDE exercício de 2004. Brasília: FNDE, 2005.

______. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Relatório de gestão do FNDE exercício de 2005. Brasília: FNDE, 2006.

______. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007. Dispõe sobre o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo. Brasília, DF, 2007a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2007/Decreto/D6300.htm>. Acesso em: 24 jan. 2014.

______. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Relatório de gestão do FNDE exercício de 2006. Brasília: FNDE, 2007b.

______. Ministério da Educação. Manual SIGETEC – Sistema de Gestão Tecnológica. Adesão ao ProInfo utilizando o sistema SIGETEC. Brasília-DF, 2008a. Disponível em: <http://webeduc.mec.gov.br/linuxeducacional/manuais/SIGETEC.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2014.

______. Ministério da Educação. Relatório de atividades 1996/2002. Brasília: DIED/SEED, 2008b.

______. Ministério da Educação. ProInfo: 92% dos municípios já aderiram. Brasília-DF, 2008c. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=10782>. Acesso em: 12 nov. 2014.

______. Ministério da Educação. Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo. Cartilha de Recomendações para a Montagem de Laboratórios de Informática nas Escolas Urbanas. Brasília-DF, 2011. Disponível em: < https://www.fnde.gov.br/sigetec/upload/manuais/cartilhaurbano_2011.pdf >. Acesso em: 24 fev. 2014.

______. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Relatório de gestão do FNDE exercício de 2011. Brasília: FNDE, 2012.

______. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Relatório de gestão do FNDE exercício de 2012. Brasília: FNDE, 2013.

______. Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Entendendo o Salário Educação. Brasília-DF, 2014. Disponível em: < http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario-educacao/salario-educacao-entendendo-o>. Acesso em: 13 nov. 2014.

CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO (CGU). Relatório de Avaliação da Execução de Programas de Governo nº 16 – Infraestrutura de Tecnologia para a educação básica pública (ProInfo). Brasília-DF, 2013. Disponível em: < http://sistemas.cgu.gov.br/relats/uploads/2506_%20RAv%2016%20-%20PROINFO.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Taxa líquida de escolarização por níveis de ensino. Censo Demográfico, 2000. Disponível em: < http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=SEE17>. Acesso em: 23 nov. 2014.

MENEZES, Jaci Maria Ferraz de. Descentralização, municipalização: democratização? A tensão entre centralização e descentralização da Educação na Bahia. Revista da FAEEB, Salvador, v. 12, p. 153-182, jul./dez. 1999.

MORAES, Maria Cândida. Informática Educativa no Brasil: uma história vivida, algumas lições aprendidas. Revista Brasileira de Informática na Educação, Florianópolis, v. 1, n. 1, p. 19-44, set. 1997.

OLIVEIRA, Rosimar de Fátima; TEIXEIRA, Beatriz de Basto. As políticas de financiamento da educação na última década: do FUNDEF ao FUNDEB. In: IV Simpósio Internacional O Estado e as Políticas Educacionais no Tempo Presente, 2008, Uberlândia. Anais do IV Simpósio Internacional O Estado e as Políticas Educacionais no Tempo Presente. Uberlândia: UFU, 2008, p. 1-14.

SENA, Paulo. A legislação do Fundeb. Cadernos de Pesquisa, Brasília, v.38, n.134, p. 319-340, maio/ago. 2008.

SOUSA, Everaldo Sebastião de; BUENO, Marlene Nunes Freitas. Manual de Orientação – FUNDEB. Goiânia: MP, 2009.

SOUZA, Celina; CARVALHO, Inaiá M. M. de. Reforma do Estado, descentralização e desigualdades. Lua Nova, São Paulo, n. 48, p. 187-212, dez. 1999.

TAVARES, Neide Rodriguez Barea. História da informática educacional no Brasil observada a partir de três projetos públicos. São Paulo: Escola do Futuro, 2002. Disponível em: <http://www.lapeq.fe.usp.br/textos/te/tepdf/neide.pdf>. Acesso em: 03 set. 2014.

VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Fernando José de. Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor. Revista Brasileira de Informática na Educação, Florianópolis, v.1, n. 1, p. 45-60, set. 1997.

VERHINE, R. E. O FUNDEF: suas implicações para a descentralização do ensino e o financiamento da educação no Brasil. Revista da FAEEB, Salvador, v. 12, p. 131-151, jul./dez. 1999.

Downloads

Publicado

18/02/2015

Como Citar

Estevão, R. B., & PASSOS, G. O. (2015). O PROGRAMA NACIONAL DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL (ProInfo) NO CONTEXTO DA DESCENTRALIZAÇÃO DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA. HOLOS, 1, 199–213. https://doi.org/10.15628/holos.2015.2645

Edição

Seção

ARTIGOS

Artigos Semelhantes

<< < 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.