REFLEXÕES ACERCA DA COVID-19 E A ORGANIZAÇÃO DAS/OS CATADORAS/ES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ORGANIZADOS EM REDE: O CASO DA REDESUL SUDOESTE MG
DOI:
https://doi.org/10.15628/holos.2022.11502Palavras-chave:
Catadoras/es de Materiais Recicláveis, Redes, Economia Solidária, COVID-19, pandemia.Resumo
A pandemia provocou uma crise mundial acarretando consequências socioeconômicas e à saúde pública a toda sociedade. As/os catadoras/es de materiais recicláveis são profissionais da linha de frente do campo do saneamento e sofrem impactos econômicos, além de estarem constantemente sob o risco de contaminação. A organização das/os catadoras/es em Redes é uma estratégia adotada pelas Associações e Cooperativas em busca de fortalecimento e melhores condições de trabalho e durante a pandemia tem sido fundamental para manutenção socioeconômica das/os profissionais da catação. Neste sentido, este trabalho busca apresentar reflexões interdisciplinares a partir da análise das experiências da Redesul Sudoeste MG, dos desafios e estratégias de enfrentamento adotadas pela referida organização, bem como as articulações realizadas com demais atores da cadeia produtiva da reciclagem no sentido de atenuar os prejuízos causados em decorrência da COVID–19. Realizou-se levantamento bibliográfico e coleta de dados por meio de entrevista semiestruturada com o representante da organização, cujos dados foram analisados por meio do método de análise de conteúdo. Os resultados apontam desafios no âmbito da saúde, manutenção financeira, ineficiência de políticas públicas e participação da população. Entretanto, observou-se a potência da organização em Rede pautada pela solidariedade entre os grupos e as articulações com parceiros para o enfrentamento dos desafios e preenchimento das lacunas deixadas pelo poder público quanto a efetivação de políticas públicas.
Downloads
Referências
Antunes, R. (2012). A nova morfologia do trabalho no Brasil. Nueva Sociedad especial em português.
Antunes, R. (2020). O laboratório e a experimentação do trabalho na pandemia do capital. Le Monde diplomatique Brasil. Ed.155. Recuperado de: https://diplomatique.org.br/o-laboratorio-e-a-experimentacao-do-trabalho-na-pandemia-do-capital/. Acesso em: Ago/2020.
Aquino, I. F., Castilho JR., & A. B.; Pires, T. S. L. (2009). A organização em rede dos catadores de materiais recicláveis na cadeia produtiva reversa de pós-consumo da região de grande Florianópolis: uma alternativa de agregação de valor. Gestão e Produção, v. 16, n. 1, p. 15-24.
Baqui, P., Bica, I., Marra, V., Ercole, A., & Van Der Schaar, M. (2020). Ethnic and regional variations in hospital mortality from COVID-19 in Brazil: a cross-sectional observational study. The Lancet Global Health. v. 8, n. 8, p. e1018-e1026. doi:10.1016/s2214-109x(20)30285-0. Recuperado de: https://www.thelancet.com/action/showPdf?pii=S2214-109X%2820%2930285-0. Acesso em: Set/2020.
Besen, G.R., Ribeiro, H., Günther, W.M.R., & Jacobi, P.R. (2014). Coleta seletiva na Região Metropolitana de São Paulo: impactos da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v.17, n.3, p. 259-278.
Brasil. (2010). Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Carvalho, J.B. (2019). Pesquisa-ação como ferramenta de informação sobre comercialização de recicláveis e prestação de serviços na gestão de resíduos: o caso da rede sul e sudoeste de minas gerais. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Alfenas.
Cempre. (2019). Cempre Review 2019. Recuperado de:<http://cempre.org.br/upload/CEMPRE-Review2019.pdf>. Acesso em Set/2020.
Cerqueira-Streit, J.A.; Guarnieri, P. (2013). Análise da Situação Atual das Cooperativas
de Materiais Recicláveis do Distrito Federal quanto ao Conhecimento da Logística Reversa e
PNRS e à Infraestrutura Existente. In: Anais do 4FIRS - Fórum Internacional de Resíduos Sólidos, Porto Alegre, 22/24 de julho de 2013.
Costa, L. et al. (Coord.). (2003). Redes: uma introdução às dinâmicas da conectividade e da auto-organização. Brasília: WWF. Recuperado de: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/et000023.pdf. Acesso em: Set/2020
Franca Filho, G. C. (2008). A via sustentável-solidária no desenvolvimento local. Organ. Soc., Salvador, v. 15, n. 45, p. 219-232. Recuperado de: https://www.scielo.br/pdf/osoc/v15n45/v15n45a17.pdf . Acesso em: Set/2020.
Franco, M. L. P. B. (2005). Análise de conteúdo. 2ª edição. Brasília: Liber Livro Editora.
Fuzzi, F. R., & Leal, A. C. (2018). Cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis organizadas em rede: rede cataoeste, São Paulo, Brasil. Formação (Online), v. 25, n. 45. Recuperado de:https://revista.fct.unesp.br/index.php/formacao/article/view/5495/4513. Acesso em: Set/2020.
Gil, A.C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª edição. São Paulo: Atlas.
Harvey, D. (2020). Política anticapitalista em tempos de COVID-19. In DAVIS, Mike, et al: Coronavírus e a luta de classes. Terra sem Amos: Brasil.
IBGE. (2010). Censo demográfico. Recuperado de: https://cidades.ibge.gov.br/. Acesso em Set/2020.
ILO. International Labour Organization. (2020). ILO Monitor 1st Edition COVID-19 and the world of work: impact na policy responses. Recuperado de: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/documents/briefingnote/wcms_738753.pdf. Acesso em: Set/2020
______. ILO Monitor: COVID-19 and the world of work. 5th edition. (2020b). Recuperado de: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/documents/briefingnote/wcms_749399.pdf. Acesso em: Set/2020
Ipea. (2013). Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável – Brasil. Brasília: IPEA.
Júnior, S., Ibdaiwi, T., Almeida, D., Lopes, L., & Costa, V. (2015). Processo de coleta seletiva de resíduos sólidos: um estudo de caso de sustentabilidade na cidade de Santa Maria/RS. HOLOS, 3, 148-165.
Kampf, G., Todt, D., Pfaender, S., & Steinmann, E. (2020). Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and
their inactivation with biocidal agents. Journal of Hospital Infection , v. 104, n. 3, pág. 246-251. Recuperado de: https://www.journalofhospitalinfection.com/action/showPdf?pii=S0195-6701%2820%2930046-3. Acesso em: Ago/2020.
Moura, G.R.; Serrano, A.L.M.; Guarnieri, P. (2016). Análise socioeconômica dos catadores de lixo no Distrito Federal. HOLOS, [S.l.], v. 3, p. 251-273.
ORIS. Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária. (2020). As atividades dos catadores e a coleta seletiva durante e após a pandemia COVID-19 Manual Operacional. Recuperado de: http://www.insea.org.br/wp-content/uploads/MANUAL-OPERACIONAL-catadores-na-pandemia-da-COVID-19-XXXX-rev-3.0.pdf. Acesso em: Set/2020
Pires, L. N; Carvalho, L., & Xavier, L. L. (2020). COVID-19 e desigualdade: a Distribuição dos fatores de risco no Brasil. Experiment Findings. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/340452851. Acesso em: Set/2020.
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; IPEA -Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada; Fundação João Pinheiro. (2013). Atlas de desenvolvimento humano do Brasil de 2013. Recuperado de: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/. Acesso em: Out/2020
PREPIDEMIA. Pesquisadores Associados. Observatório PrEpidemia. (2020). Recomendações para prevenção da Covid-19 entre os trabalhadores da coleta e triagem de resíduos sólidos. Recuperado de: https://www.prepidemia.org/. Acesso em: Set/2020.
Rutkowski, J. E. (2013). Redes solidárias de catadores e gestão de resíduos sólidos. Tecnologia e Sociedade. vol. 9, núm. 18. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Curitiba, Brasil. Recuperado de: https://www.redalyc.org/pdf/4966/496650340008.pdf. Acesso em: Ago/2020.
Singer, P. (2001). Economia solidária versus economia capitalista. Soc. estado., Brasília, v. 16, n. 1-2, pág. 100-112.
Singer, P. (2002). Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Ed. Fundação Perseu. Abramo.
Souza, F.C.S; Cavalcanti, C.R; Alves, G.S. (2011). A Gestão da coleta seletiva dos resíduos sólidos pelo poder público municipal, em Mossoró-RN. HOLOS, [S.l.], v. 4, p. 51-64.
Tirado Soto, M. M. (2011). Análise e formação de redes de cooperativas de catadores de materiais recicláveis no âmbito da economia solidária. 214 f. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Tirado-Soto, M.M.; Zamberlan, F.L. (2013). Networks of recyclable material waste-picker’s
cooperatives: An alternative for the solid waste management in the city of Rio de Janeiro.
Waste management, Vol. 33, no. 4, p.1004–1012.
Van Doremalen, N., Bushmaker, T., Morris, D. H., Holbrook, M. G., Gamble, A., Williamson, B. N., ... & Lloyd-Smith, J. O. (2020). Aerosol and surface stability of SARS-CoV-2 as compared with SARS-CoV-1. New England Journal of Medicine, v. 382, n. 16, p. 1564-1567. Recuperado de: https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMc2004973?articleTools=true Acesso em: Set/2020.
WHO. World Health Organization. Origin of SARS-CoV-2. (2020a). Recuperado de: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/332197/WHO-2019-nCoV-FAQ-Virus_origin-2020.1-eng.pdf. Acesso em: Set/2020
______. Q&As on coronaviruses (COVID-19). (2020b). Recuperado de: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/question-and-answers-hub/q-a-detail/q-a-coronaviruses. Acesso em: Set/2020
______. Coronavirus Disease (COVID-19) Dashboard. (2020c). Recuperado de: https://covid19.who.int/region/amro/country/br. Acesso em: Set/2020.
______. Q&As on coronaviruses (COVID-19). (2020d). Recuperado de: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/question-and-answers-hub/q-a-detail/q-a-coronaviruses>. Acesso em: Set/2020
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 HOLOS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.