TENDÊNCIA DA INCIDÊNCIA DA DENGUE NA REGIÃO DO SERIDÓ (2001-2024)

ARTHUR FELIPE DE SOUZA LIMA; NILTON  JORGE GOMES DE FIGUEIREDO FILHO; ISAAC DANNY PENIEL SOTERO GUEDES; JOÃO PEDRO PEREIRA CALADO; MATHEUS FERNANDES DIAS; ANA CAROLINA PATRICIO DE ALBUQUERQUE SOUSA

doi:10.15628/holos.2025.19017

Autores

ARTHUR FELIPE DE SOUZA LIMA Universidade Federal do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0002-5670-6622
NILTON JORGE GOMES DE FIGUEIREDO FILHO Universidade Federal do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0009-0007-7586-6289
ISAAC DANNY PENIEL SOTERO GUEDES Universidade Federal do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0009-0007-9073-0566
JOÃO PEDRO PEREIRA CALADO Universidade Federal do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0009-0007-9073-0566
MATHEUS FERNANDES DIAS Universidade Federal do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0009-0006-0033-3579
ANA CAROLINA PATRICIO DE ALBUQUERQUE SOUSA Universidade Federal do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0001-7517-8792

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2025.19017

Palavras-chave:

Dengue, Epidemiologia, Indicadores de Morbimortalidade, Atenção Primária à Saúde, Vigilância em Saúde Pública

Resumo

Este estudo investigou a ocorrência da dengue na região do Seridó (RN/PB) entre 2001 e 2024, analisando a tendência temporal, a distribuição espacial e a circulação de sorotipos. Utilizando dados do SINAN e SIH/SUS, foram calculadas as taxas de incidência e hospitalização, com aplicação da regressão de Prais-Winsten e análises espaciais (Índice de Moran e LISA). A maioria dos municípios apresentou tendência estável na incidência, embora alguns tenham registrado crescimento significativo. Por outro lado, observou-se queda nas taxas de hospitalização em grande parte da região, sugerindo avanços na atenção primária. Quanto aos sorotipos, identificou-se a circulação de DENV‑1, DENV‑2 e DENV‑4 entre 2014 e 2024. Os achados reforçam a importância de estratégias regionais de controle vetorial e vigilância epidemiológica, considerando desigualdades socioespaciais e o fortalecimento da atenção primária à saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

NILTON JORGE GOMES DE FIGUEIREDO FILHO, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

http://lattes.cnpq.br/9101169921730814

JOÃO PEDRO PEREIRA CALADO, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

http://lattes.cnpq.br/1757978671201805

Referências

Andrioli, D. C., Busato, M. A., & Lutinski, J. A. (2020). Spatial and temporal distribution of dengue in Brazil, 1990–2017. PLOS ONE, 15(2), e0228346. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0228346

Almeida, L. S., Cota, A. L. S., & Rodrigues, D. F. (2020). Saneamento, arboviroses e determinantes ambientais: Impactos na saúde urbana. Ciência & Saúde Coletiva, 25(10), 3857–3868. https://doi.org/10.1590/1413-812320202510.30712018.

Anselin, L. (1995). Local indicators of spatial association—LISA. Geographical Analysis, 27(2), 93–115. https://doi.org/10.1111/j.1538-4632.1995.tb00338.x.

Antunes, J. L. F., & Cardoso, M. R. A. (2015). Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24(3), 565–576. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300024.

Bessa Júnior, F. N., Nunes, R. F. de F., Souza, M. A. de, Medeiros, A. C. de, Marinho, M. J. de M., & Pereira, W. O. (2013). Spatial distribution of dengue disease in municipality of Mossoró, Rio Grande do Norte, using the Geographic Information System. Revista Brasileira de Epidemiologia, 16(3), 603–610. https://doi.org/10.1590/S1415-790X2013000300005.

Bezerra, J. M. T., Sousa, S. C. de ., Tauil, P. L., Carneiro, M., & Barbosa, D. S.. (2021). Entry of dengue virus serotypes and their geographic distribution in Brazilian federative units: a systematic review. Revista Brasileira De Epidemiologia, 24, e210020. https://doi.org/10.1590/1980-549720210020.

Bhatt, S., Gething, P. W., Brady, O. J., Messina, J. P., Farlow, A. W., Moyes, C. L., Drake, J. M., Brownstein, J. S., Hoen, A. G., Sankoh, O., Myers, M. F., George, D. B., Jaenisch, T., Wint, G. R. W., Simmons, C. P., Scott, T. W., Farrar, J. J., & Hay, S. I. (2013). The global distribution and burden of dengue. Nature, 496(7446), 504–507. https://doi.org/10.1038/nature12060

Bottomley, C., Ooko, M., Gasparrini, A., & Keogh, R. H. (2023). In praise of Prais-Winsten: An evaluation of methods used to account for autocorrelation in interrupted time series. Statistics in medicine, 42(8), 1277–1288. https://doi.org/10.1002/sim.9669.

Brady, O. J., Gething, P. W., Bhatt, S., Messina, J. P., Brownstein, J. S., Hoen, A. G., Moyes, C. L., Farlow, A. W., Scott, T. W., & Hay, S. I. (2012). Refining the global spatial limits of dengue virus transmission by evidence-based consensus. PLoS Neglected Tropical Diseases, 6(8), e1760. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0001760.

Cunha, R. V., Schatzmayr, H. G., Miagostovich, M. P., Barbosa, A. M. A., Paiva, F. G., Miranda, R. M. O., Ramos, C. C. F., Coelho, J. C. O., dos Santos, F. B., & Nogueira, R. M. R. (1999). Dengue epidemic in the State of Rio Grande do Norte, Brazil, in 1997. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 93(3), 247–249. https://doi.org/10.1016/S0035-9203(99)90008-1

DATASUS. (2024). Doenças e Agravos de Notificação – 2001 a 2006 (SINAN). Recuperado em 15 de julho de 2024, de https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/doencas-e-agravos-de-notificacao-2001-a-2006-sinan.

DATASUS. (2024). Doenças e agravos de notificação – 2007 em diante (SINAN). Recuperado em 15 de julho de 2024, de https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/doencas-e-agravos-de-notificacao-de-2007-em-diante-sinan.

DATASUS. (2024). Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS). Recuperado em 8 de Janeiro de 2025, de https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/morbidade-hospitalar-do-sus-sih-sus.

do Carmo, R. F., Silva Júnior, J. V. J., Pastor, A. F., & de Souza, C. D. F. (2020). Spatiotemporal dynamics, risk areas and social determinants of dengue in Northeastern Brazil, 2014–2017: An ecological study. Infectious Diseases of Poverty, 9(1), 153. https://doi.org/10.1186/s40249-020-00772-6

Gubler, D. J. (1998). Resurgent vector‑borne diseases as a global health problem. Emerging Infectious Diseases, 4(3), 442–450. https://doi.org/10.3201/eid0403.980326.

Guzman, M. G., & Harris, E. (2015). Dengue. The Lancet, 385(9966), 453–465. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(14)60572-9.

Huang, Y. S., Higgs, S., & Vanlandingham, D. L. (2019). Arbovirus-Mosquito Vector-Host Interactions and the Impact on Transmission and Disease Pathogenesis of Arboviruses. Frontiers in microbiology, 10, 22. https://doi.org/10.3389/fmicb.2019.00022.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (1990). Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=22269.

Kraemer, M. U. G., Reiner, R. C., Brady, O. J., Messina, J. P., Gilbert, M., Pigott, D. M., Yi, D., Johnson, K., Earl, L., Marczak, L. B., Shirude, S., Davis Weaver, N., Bisanzio, D., Perkins, T. A., Lai, S., Lu, X., Jones, P., Coelho, G. E., Carvalho, R. G., Van Bortel, W., Marsboom, C., Hendrickx, G., Schaffner, F., Moore, C. G., Nax, H. H., Bengtsson, L., Wetter, E., Tatem, A. J., Brownstein, J. S., Smith, D. L., Lambrechts, L., Cauchemez, S., Linard, C., Faria, N. R., Pybus, O. G., Scott, T. W., Liu, Q., Yu, H., Wint, G. R. W., Hay, S. I., & Golding, N. (2019). Past and future spread of the arbovirus vectors Aedes aegypti and Aedes albopictus. Nature Microbiology, 4(5), 854–863. https://doi.org/10.1038/s41564-019-0376-y.

Lima-Camara, T. N. (2016). Emerging arboviruses and public health challenges in Brazil. Revista de Saúde Pública, 50, 36. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050006791.

Martins, A. B. S., Correia, F. G. S., Cavalcanti, L. P. de G., & Alencar, C. H.. (2020). Dengue in northeastern Brazil: a spatial and temporal perspective. Revista Da Sociedade Brasileira De Medicina Tropical, 53, e20200435. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0435-2020.

Mendoza-Cano, O., Danis-Lozano, R., Trujillo, X., Huerta, M., Ríos-Silva, M., Lugo-Radillo, A., Bricio-Barrios, J. A., Benites-Godínez, V., Cuevas-Arellano, H. B., Uribe-Ramos, J. M., Solano-Barajas, R., Cárdenas, Y., Venegas-Ramírez, J., Ríos-Bracamontes, E. F., García-Solórzano, L. A., Camacho-delaCruz, A. A., & Murillo-Zamora, E. (2025). Spatial patterns and clustering of dengue incidence in Mexico: Analysis of Moran's index across 2,471 municipalities from 2022 to 2024. PloS one, 20(5), e0324754. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0324754.

Menezes, A. M. F., Almeida, K. T., de Amorim, A. dos S., & Lopes, C. M. R. (2021). Perfil epidemiológico da dengue no Brasil entre os anos de 2010 à 2019 / Epidemiological profile of dengue in Brazil between 2010 and 2019. Brazilian Journal of Health Review, 4(3), 13047–13058. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n3-259.

Messina, J. P., Brady, O. J., Golding, N., Kraemer, M. U. G., Wint, G. R. W., Ray, S. E., Pigott, D. M., Shearer, F. M., Johnson, K., Earl, L., Marczak, L. B., Shirude, S., Davis Weaver, N., Gilbert, M., Velayudhan, R., Jones, P., Jaenisch, T., Scott, T. W., Reiner, R. C., & Hay, S. I. (2019). The current and future global distribution and population at risk of dengue. Nature Microbiology, 4(9), 1508–1515. https://doi.org/10.1038/s41564-019-0476-8.

Ministério da Saúde. (2017). Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017. Recuperado em 28 de abril de 2024, de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/z/zika-virus/publicacoes/portaria-de-consolidacao-no-4-de-28-de-setembro-de-2017.pdf/view.

Ministério da Saúde. (2024). Arboviroses. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/arboviroses.

Paz-Bailey, G., Adams, L. E., Deen, J., Anderson, K. B., & Katzelnick, L. C. (2024). Dengue. The Lancet, 403(10425), 667-682. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)02576-X.

SINAN. (2019). Dengue. Portal SINAN. http://www.portalsinan.saude.gov.br/dengue.

Shih, H.-I., Wang, Y.-C., Wang, Y.-P., Chi, C.-Y., & Chien, Y.-W. (2024). Risk of severe dengue during secondary infection: A population-based cohort study in Taiwan. Journal of Microbiology, Immunology and Infection, 57(5), 730–738. https://doi.org/10.1016/j.jmii.2024.07.004

Souza, S. S., Silva, I. G., & Silva, H. H. G. (2010). Associação entre incidência de dengue, pluviosidade e densidade larvária de Aedes aegypti no Estado de Goiás. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 43(2), 152-155. https://doi.org/10.1590/S0037-86822010000200009.

Tauil, P. L.. (2001). Urbanização e ecologia do dengue. Cadernos de Saúde Pública, 17, S99–S102. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000700018

World Health Organization - WHO (1985). Arthropod-Borne and Rodent-Borne Viral Diseases. Geneva: World Health Organization

Wilder-Smith, A., Ooi, E. E., Horstick, O., & Wills, B. (2019). Dengue. The Lancet, 393(10169), 350–363. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32560-1

World Health Organization - WHO (2023). Epi-Win webinar: Managing dengue – A rapidly expanding epidemic. Recuperado em 25 de abril de 2024, de https://www.who.int/news-room/events/detail/2023/08/02/default-calendar/epi-win-webinar-managing-dengue-a-rapidly-expanding-epidemic.

Zhang, L., Wei, L., & Fang, Y. (2024). Spatial–temporal distribution patterns and influencing factors analysis of comorbidity prevalence of chronic diseases among middle-aged and elderly people in China: Focusing on exposure to ambient fine particulate matter (PM2.5). BMC Public Health, 24, 550. https://doi.org/10.1186/s12889-024-17986-0.