As mudanças climáticas na Província do Niassa e seu impacto para a agricultura
DOI:
https://doi.org/10.15628/holos.2020.10281Palavras-chave:
mudanças climáticas, alteração da temperatura e precipitação, degradação de culturas de agrícola, culturas resilientes, Província do Niassa.Resumo
Resumo
Os impactos das mudanças climáticas insidem no aumento da temperatura e na diminuição dos níveis de precipitação, podendo reflectir-se sobremaneira na produtividade agrícola, comprometendo de certa forma, o rendimento deste sector económico. É neste contexto que nos propusemos a reflectir a forma como as mudanças climáticas têm afectado a agricultura na província do Niassa, com o objectivo de analisar o impacto das mudanças climáticas na agricultura. Especificamente caracterizar a alteração da temperatura e precipitação; explicar como tal alteração podem influenciar na degradacao de culturas e apresentar alternativas de culturas resilientes às mudanças climáticas e outras alternativas que garantem o desenvolvimento do sector agrário. A entrevista, a análise de dados termopluviométricos, estudo documental e a revisão bibliográfica, são elementos que apoiaram a concretizar a pesquisa. A alteração de padrões climáticos, principalmente o aumento da temperatura e diminuição ou aumento da precipitação, afectam o sector agrário, com maior enfoque na degradação das culturas. O recurso ao uso de culturas adaptativas e resilientes às mudanças climáticas, associadas as novas tecnologias, passa a ser uma alternativa para assegurar o equilíbrio dos níveis de produção e garantir a segurança alimentar.
Palavras-chave: mudanças climáticas; alteração da temperatura e precipitação; degradação de culturas de agrícola; culturas resilientes; Província do Niassa.
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Referências
Em África os níveis de emissão de GEE estão em 7%, resultantes principalmente das queimadas descontroladas, desflorestamento e conversões da terra (ZOLHO, 2010)
As projecções do IPCC indicam que o continente africano até 2020, irá registar um aumento da temperatura média de 1,3oC a 5,18oC e uma diminuição de 5 a 20% da precipitação média anual, um aumento de correntes quentes e diminuição de dias frios (ZOLHO, 2010)
Moçambique regista o aumento da frequência do número de dias quente e a diminuição da frequência do número de dias e noites frias desde 1960, prevendo-se o aumento de secas, temperaturas altas e grande evaporação (QUEFACE, 2007 Apud ZOLHO, 2010)
Projecta-se que a temperatura venha aumentar na ordem de 2,5oC a 3oC até 2060, e 1,4oC a 4,6oC até 2090 (MCSWEENEYL, et al., 2003 Apud ZOLHO, 2010). Ou seja, as temperaturas máximas extremas diárias irão subir acima dos 35°C em todo o país entre 2080-2100 (QUEFACE, 2007 Apud ZOLHO, 2010)
As dificuldades no sector agrário (a degradacao de culturas), estão associadas as altas taxas de concentração de CO2 na atmosfera, ao aumento da temperatura e ao aumento na frequência de eventos climáticos extremos que modificam os níveis de precipitação (OLIVEIRA & ALVES (2011:34).
A população pobre é a mais vulnerável aos efeitos das MC, associado as particularidades sociais como o tipo de cultura e os hábitos e costumes alimentares da população (MALUF & ROSA, 2011)