O CONHECIMENTO TRADICIONAL PARA CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA MEDICINAL EM SALVATERRA, ILHA DE MARAJÓ, PARÁ
DOI:
https://doi.org/10.15628/holos.2021.8213Palavras-chave:
Etnobotânica, bioculturalidade, recursos naturais, método pedagógicoResumo
O uso e conhecimento de plantas medicinais em ambientes rurais são frequentes e considerados essenciais para melhorar a qualidade de vida, pois, muitas dessas regiões são desprovidas de recursos básicos de saúde pública, além de ser uma importante representação de saber cultural local. Com base nisso, este estudo objetivou realizar um levantamento socioambiental da utilização de plantas medicinais em comunidades no município de Salvaterra-PA, bem como a implantação de uma horta medicinal em uma instituição de ensino para o desenvolvimento de práticas educativas no ensino de ciências e áreas afins. Foram aplicados 120 questionários semiestruturados sóciobiocultural aos moradores da área urbana de Salvaterra e nas comunidades rurais de Joanes e Jubim do respectivo município. A horta medicinal foi desenvolvida no Campus XIX da Universidade do Estado do Pará, localizado na rodovia PA 154, bairro Cajú, município de Salvaterra-PA. Quanto aos procedimentos, a pesquisa foi bibliográfica com atividades de campo. Em relação aos objetivos, a pesquisa foi exploratória. Quanto à abordagem, a pesquisa foi de natureza qualitativa. Como resultados, o motivo principal que levam os moradores a possuírem plantas medicinais em quintais domésticos está no fato de gostarem com 37%, seguido daqueles que acreditam na eficácia 14%, respectivamente. Entre as formas de preparo de medicamentos mais utilizados está o chá, com 72%, seguido de xarope (12%), respectivamente. O estudo revelou a importância que as plantas medicinais têm aos moradores, sendo uma importante ferramenta de apoio à saúde, pois, é a partir desses fitoterápicos que é produzido boa parte dos remédios utilizados para tratar problemas de saúde primária na região. A construção da horta medicinal possibilitou um espaço lúdico, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem de alunos do município.
Downloads
Referências
Alencar, E.M., Cajaiba, R.L., Martins, J.S.C., Cordeiro, R.S., Sousa, E.S., Sousa, V.A. (2019). Estudo etnobotânico do conhecimento e uso de plantas medicinais no município de Buriticupu, Maranhão, Brasil. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 10, n.06, p.328-338.
Arnous, A. H., Santos, A. S., Beinner, R. P. C. (2005). Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: edições 70, p. 229.
Carvalho, I. C. M. (2011). Educação Ambiental: a Formação do Sujeito Ecológico. São Paulo: Cortez, 5ª edição, 258 páginas.
Franco, F., Ferreira A. P. N. L., Ferreira, M. L. (2011). Etnobotânica: aspectos históricos e aplicativos desta ciência. Cadernos de Cultura e Ciência, v.10, n.2, p. 17-23.
Giraldi, M., Hanazaki, N. (2010). Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão de Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 2, p.395-406.
Lima, R.A., Magalhães, S.A, Santos, M.R.A. (2011). Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas na cidade de Vilhena, Rondônia. Revista Pesquisa & Criação, v.10, n.2, p.165-179.
Lorenzi, H., Souza, V. C. (2008). Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. 2ª ed.Nova Odessa, Instituto Plantarum.
Loya, A.M., González-Stuart, A., Rivera, J.O. (2009). Prevalence of polypharmacy, polyherbacy, nutritional supplement use and potential product interactions among older adults living on the United States-Mexico border: a descriptive questionnairebase study. Drugs&Aging, v.26, n.5, p.423-436.
Merhy, T.S.M., Santos, M.G. (2017). A etnobotânica na escola: interagindo saberes no ensino fundamental. Revista Práxis, v.9, n. 17, p. 9-22.
Moran, J. M. (1998). Mudanças na comunicação pessoal: gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica. 1. Ed. São Paulo: Paulinas.
Neto, F.R.G., Almeida, G.S.S.A., Jesus, N.G., Fonseca, M.R. (2014). Estudo etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela Comunidade do Sisal no Município de Catu, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.4, p.856-865.
Oliveira, A.P.C. (2016). O conhecimento tradicional sobre plantas medicinais no âmbito da saúde da mulher: uma perspectiva no contexto do produto tradicional fitoterápico. Revista Fitos, v. 10, n.4, p.1-62.
Oliveira, E.R, Menini Neto, L. (2012). Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte - MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.14, n.2, p. 311-320.
Rocha, A.R., Boscolo, O.H., Fernandes, L.R.R.M. (2015). Etnobotânica: um instrumento para valorização e identificação de potenciais de proteção do conhecimento tradicional. Interações, v. 16, n.1, p. 67-74.
Ruzza, D. A. C., Gottert, V., Rossi, A. A. B., Dardengo, J. F. E., Silva, I. V. da. (2014). Levantamento etnobotânico no município de alta floresta, Mato Grosso, Brasil. Enciclopédia biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3331.
Santos, A. M. A., Miranda, M. G., Cardoso, F. T., Moraes, S. R., Avelar, K. E. S. (2013). Fitoterapia popular: passado e presente. Revista Espacios, v.34, n.11.
Santos, B. S. (1995). Um discurso sobre as ciências. 1. Ed. Porto: Afrontamento.
Santos, L. L. S., Cortez, D. A. G., Vermelho, S. C. S., Cortez, L. E. R. (2015). Horta medicinal escolar mandala: integração entre o conhecimento popular e o cientifico. Revista Educação Popular, Uberlândia, v.14, n.1, p. 145-160.
Santos, R. S., Frison, M. D. (2014). Considerações sobre a dicotomia entre teoria e prática na mediação dos saberes docentes durante o processo formativo de professores de Ciências Naturais. Revista Didática Sistêmica, v.16, n.2, p.15-29.
Theisen, G. R., Borges, G. M., Vieira, M. F., Konflanz, T. L., Neis, F. A., Siqueira, A. B. (2015). Implantação de uma horta medicinal e condimentar para uso da comunidade escolar. Revista eletrônica em Gestão, educação e tecnologia Ambiental, Santa Maria, v.19, n.1, p.167-171.
Vásquez, S. P. F., Mendonça, M. S., Noda, S. N. (2014). Etnobotânica de plantas medicinais em comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru, Amazonas, Brasil. Acta Amazonica, Manaus, v. 44, n.4, p.457-472.