CONTRIBUIÇÃO MINERALÓGICA PARA O ESTUDO DE RELEVÂNCIA DE CAVERNAS FERRÍFERAS DA SERRA NORTE, CARAJÁS-PA

Autores

  • Alan Rodrigo Leal Albuquerque Universidade Federal do Pará (UFPA) - Laboratório de Caracterização Mineral (LCM)
  • Simone Patrícia Aranha Paz Universidade Federal do Pará (UFPA) - Laboratório de Caracterização Mineral (LCM)
  • Daniele Freitas Gonçalves Gerência de Meio Ambiente Ferrosos Norte-Vale
  • Rômulo Simões Angélica Universidade Federal do Pará (UFPA) - Laboratório de Caracterização Mineral (LCM)

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2017.6434

Palavras-chave:

Caverna ferrífera, espeleotema fosfático, esfeniscidita, Carajás

Resumo

A Província Mineral de Carajás representa uma das maiores províncias minerais do mundo e abriga o maior parque de cavernas em rochas ferríferas do Brasil.Por conta da intensa atividade de extração de minério de ferro em áreas cavernícolas, novas políticas de controle ambiental estão sendo implementadas para contrabalançar a atividade econômica com a preservação do patrimônio ambiental. Dessa maneira, a catalogação e a classificação do grau de relevância de cavernas passaram a ser critérios de licenciamento ambiental para atividades minerarias. Nesse contexto, o presente trabalho teve por objetivo investigar os espeleotemas fosfáticos de cavernas ferríferas de Carajás, com o intuito de detalhar seus constituintes minerais e contribuir com os estudos de suas relevâncias. Cinco cavernas de um platô da Serra de Carajás foram selecionadas para esse estudo. Os dados petrográficos e mineralógicos permitiram a identificação de quatro minerais fosfáticos: leucofosfita, esfeniscidita, strengita e fosfosiderita. A análise de calorimetria exploratória diferencial (DSC) foi essencial para distinguir dois grupos de fosfatos existentes: leucofosfita-esfeniscidita, com dois eventos endotérmicos, 323,4 e 400°C, atribuídos à remoção de OH e NH4, respectivamente, os quais são ausentes no grupo strengita-fosfosiderita. As análises químicas, óticas e de difração de raios X associadas às análises térmicas revelaram uma nova ocorrência de esfeniscidita em ambiente cavernícola, atestando a necessidade da preservação de duas cavernas da Serra Norte, Carajás.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Alan Rodrigo Leal Albuquerque, Universidade Federal do Pará (UFPA) - Laboratório de Caracterização Mineral (LCM)

Graduação em Geologia pela Universidade Federal do Sul e sudeste do Pará (2015), Mestrado em Geoquímica e Petrologia pela Universidade Federal do Pará e Doutorado em Geoquímica e Petrologia pela Universidade Federal do Pará (em andamento). Responsável pelo Espectrômetro de Infravermelho do Laboratório de Caracterização Mineral - LCM/UFPA.

Simone Patrícia Aranha Paz, Universidade Federal do Pará (UFPA) - Laboratório de Caracterização Mineral (LCM)

Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal do Pará (2007), mestrado em Geologia e Geoquímica (mineralogia aplicada) pela Universidade Federal do Pará (2010) e doutorado em Engenharia Mineral (caracterização tecnológica e mineralogia de processo) pela Universidade de São Paulo (2016). Atualmente é Professora Adjunta I da Faculdade de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Pará e Coordenadora do Laboratório de Caracterização Mineral (DRX, FRX, FTIR, DSC-TG, BET), Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará.

Daniele Freitas Gonçalves, Gerência de Meio Ambiente Ferrosos Norte-Vale

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal do Pará (2001). Mestrado em Geologia e Geoquímica pela Universidade Federal do Pará. Atua na industria da mineração especificamente na área de meio ambiente, realizando e coordenando estudos de espeleologia e arqueologia com ênfase em geoespeleologia.

Rômulo Simões Angélica, Universidade Federal do Pará (UFPA) - Laboratório de Caracterização Mineral (LCM)

Graduação em Geologia pela Universidade Federal do Pará - UFPA (1987), Mestrado (1991) e Doutorado em Mineralogia e Geoquímica pela UFPA (1996) e Universität Erlangen-Nürnberg (Alemanha), programa Sandwiche (1993-1994). Atualmente é Professor Associado IV do Instituto de Geociências da UFPA e Chefe do LCM - Laboratório de Caracterização Mineral (DRX, FRX, FTIR, DSC-TG, BET). A partir de 11/10/2016, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA. Pesquisador 1B do CNPq. Membro Titular do Comitê de Assessoramento de Geociências (CA-GC) do CNPq (01/10/2016 a 30/06/2019).

Referências

Arlidge, E.Z., Farmer, V.C., Mitchell, B.D., & Mitchell, W.A. (1963). Infra-red, x-ray and thermal analysis of some aluminium and ferric phosphates. Journal of Applied Chemistry, 13, 17-27.

Auler, A.S., & Piló, L.B. (2015). Caves and Mining in Brazil: The dilemma of cave preservation within a mining context. In Andreo B et al. (eds). Hydrogeological and Environmental Investigations in Karst Systems. Springer, p. 487-496.

Forti, P. (2002). Biogenic speleothems: an overview. International Journal Speleology,30, 39-56.

Marincea, S., Dumitra?, D., & Gibert, R. (2002). Tinsleyite in the “dry” Cioclovina Cave (Sureanu Mountains, Romania): the second occurrence. European Journal of Mineralogy, 14, 157-164.

Maurity, C.W., & Kotschoubey, B. (1995). Evolução Recente da Cobertura de Alteração no Platô NI–Serra dos Carajás–PA. Degradação, pseudocarstificação, espeleotemas. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, 7, 331-362.

Nathan, Y., Panczer, G., & Gross, S. (1988). The thermal analysis of some phosphate minerals: strengite, lipscombite. cyrilovite and goyazite. Thermochimica Acta, 135, 259-266.

Reale, P., Scrosati, B., Delacourt, C., Wurm, C., Morcrette, M., & Masquelie, C. (2003). Synthesis and thermal behavior of crystalline hydrated Iron (III) phosphates of interest as positive electrodes in Li batteries. Chemistry of Materials, 15, 5051-5058.

Sauro, F., Waele, J., Onac, B. P., Galli, E., Dublyansky, Y., Baldoni, E., & Sanna, L. (2014). Hypogenic speleogenesis in quartzite: The case of Corona 'e Sa Craba Cave (SW Sardinia, Italy). Geomorphology, 211, 77-88.

Vasquez, M. L., & Rosa-Costa, L. T. (2008). Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará: Sistema de Informações Geográ?cas–SIG: texto explicativo dos mapas Geológico e Tectônico e de Recursos Minerais do Estado do Pará. Escala 1:1.000.000. Relatório Técnico, CPRM, Belém, Brasil.

Wilson, M. J., & Bain, D. C. (1976). Occurrence of leucophosphite in a soil from Elephant Island, British Antarctic Territory. American Mineralogist, 61, 1027-1028.

Wurster, C. M., Munksgaard, N., Zwart, C., & Bird, M. (2015). The biogeochemistry of insectivorous cave guano: a case study from insular Southeast Asia. Biogeochemistry, 124, 163-175.

Yuan, A. Q., Wu, J., Huang, Z. Y., Wu, K., Liao, S., & Tong, Zh. F. (2008). Synthesis of NH4FePO4.H2O nano-plats via solid-state reaction at low temperature and its thermochemistry properties. Materials Research Bulletin, 43, 1339-1345.

Downloads

Publicado

05/12/2017

Como Citar

Albuquerque, A. R. L., Paz, S. P. A., Gonçalves, D. F., & Angélica, R. S. (2017). CONTRIBUIÇÃO MINERALÓGICA PARA O ESTUDO DE RELEVÂNCIA DE CAVERNAS FERRÍFERAS DA SERRA NORTE, CARAJÁS-PA. HOLOS, 6, 23–31. https://doi.org/10.15628/holos.2017.6434

Edição

Seção

ARTIGOS

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.