A PRODUÇÃO DE BRIQUETES PARA AMENIZAR A PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE O BIOMA CAATINGA NA REGIÃO DO BAIXO-AÇU POTIGUAR
DOI:
https://doi.org/10.15628/holos.2015.2660Palavras-chave:
Biocombustível sólido, desertificação, semiárido, alternativa energética e bioenergiaResumo
Cerca de 98% do território do Rio Grande do Norte estão incluídos nas chamadas Áreas Susceptíveis à Desertificação do Brasil. Na região do Baixo-Açu, o desmatamento sistemático da mata nativa para atender às necessidades do polo ceramista e de outras pequenas indústrias locais tem intensificado o grave quadro de devastação ambiental da região. Este estudo examinou a viabilidade econômico-financeira da produção comercial de briquetes como forma de suprir parte da demanda por lenha e carvão vegetal, mitigando assim os efeitos antrópicos sobre o bioma caatinga. Os briquetes seriam compostos de resíduos da produção de cera de carnaúba e de capim-elefante plantado exclusivamente para fins energéticos nas áreas irrigáveis da região. As estimativas de custos de instalação e manutenção da fábrica foram feitas tendo como parâmetros os custos de instalação de uma fábrica-escola em construção no Campus Ipanguaçu do IFRN e os custos de produção de uma fábrica idêntica a esta, em operação há cinco anos, no Estado do Paraná. Os dados foram sistematizados em planilhas do software Make Money, usado na avaliação da viabilidade econômica a partir de aferidores como Valor Presente Líquido, Payback e Taxa Interna de Retorno. Os resultados comprovaram que a produção de biocombustíveis sólidos adensados é viável no Baixo-Açu e pode contribuir de maneira efetiva para a recomposição da mata nativa, além de gerar ocupação e renda para os moradores da região.
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