Imperativo de Produtividade, Panoptismo e Corpos Adoecidos: Uma Reflexão Crítica acerca da Racionalidade Neoliberal em Tempos de COVID-19
Palavras-chave:
Neoliberalismo, Panoptismo, Saúde Mental, COVID-19, Pandemia.Resumo
Por ser construído sobre os ideais de produtividade e desempenho ligados à lógica empresarial, a racionalidade neoliberal se configura como um processo de subjetivação, levando os sujeitos a viverem em competição. Assim, anula as hierarquias socio político econômicas pré-existentes (como raça, classe e gênero, por exemplo), colocando as oportunidades como igualmente disponíveis para todos e todas, propiciando a ideia de que tudo pode ser alcançado somente por esforço pessoal (Innayatullah & Blaney, 2004). Então, o fracasso em performar essa subjetividade acaba por ser considerado culpa do próprio sujeito, podendo gerar o seu adoecimento e estigmatização como fora do que é considerado “normal”. Com a pandemia do coronavírus, o confinamento das pessoas em suas casas, distantes umas das outras, poderia resultar em uma desaceleração dessa racionalidade. No entanto, devido às redes virtuais, as relações interpessoais tiveram prosseguimento e as questões em torno do uso do tempo de forma considerada produtiva tornaram-se mais intensas, já que, por estarem em casa, as pessoas teriam supostamente mais tempo disponível. Na concepção de Han (2014) as redes virtuais são os novos panópticos, onde todos vigiam a todos, e a produtividade pode ser exibida e exposta, contribuindo para a (re)produção da racionalidade neoliberal e da lógica da competitividade.
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Referências
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