MEMÓRIA COLETIVA E OS DESASTRES AMBIENTAIS NA CIDADE DO CRATO, CEARÁ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15628/geoconexes.2024.17030

Palavras-chave:

Desastres ambientais, risco, memória coletiva

Resumo

A gestão de riscos e desastres envolve ações permanentes para o enfrentamento das ameaças com o apoio institucional e com a participação das comunidades envolvidas, sendo estas ações amparadas na ideia de que os riscos e desastres são distribuídos desigualmente no espaço e atingem diferentemente a sociedade. Para discutir a gestão de riscos situamos na cidade do Crato, no Ceará, a área de risco “Rio Granjeiro”, com o objetivo de compreender os desastres ambientais a partir das memórias construídas pelas pessoas que vivenciaram situações de riscos com as ocorrências de eventos pluviométricos intensos na citada área. Como procedimentos metodológicos consideramos as seguintes ações no campo da história oral: estudos em campo, com visitas às 09 (nove) áreas de risco mapeadas pela CPRM; delimitação da área de risco Rio Granjeiro como campo de estudo por apresentar a maior quantidade de imóveis e de pessoas em situação de risco; estudo em fontes documentais escritas: Plano Diretor do Município do Crato e relatórios da CPRM e do CEMADEN; e pesquisa em fontes documentais orais, com a realização de entrevistas semiestruturadas com 03 colaboradores que tiveram experiências com desastres ambientais. As narrativas dos colaboradores evidenciaram um significativo conhecimento sobre a dinâmica da natureza, das ações humanas e da ausência de poder público, tão necessários ao entendimento das situações de risco, das formas agir e prevenir a exposição aos perigos frente aos desastres ambientais. Expressaram a realidade vivida, o reconhecimento das situações de risco pelo crivo perceptivo e das lembranças e suas repercussões na memória.

Biografia do Autor

Antônia Carlos da Silva, Universidade Regional do Cariri - URCA

Doutoranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGG da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestre em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará (2000) e graduada em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (1993). Trabalhou como orientadora pedagógica e coordenadora de área do ensino fundamental, e como professora de Geografia no ensino médio. Atualmente é professora do curso de licenciatura em Geografia na Universidade Regional do Cariri - URCA. Tem experiência na área de ensino de Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: educação geográfica, formação de professores (ensino, pesquisa e extensão), cartografia escolar, livro didático, metodologia e avaliação.

Marcelo de Oliveira Moura, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Doutor e Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Licenciado e Bacharel em Geografia pela UFC. Professor Associado do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (DGEOC/ UFPB). Coordenador do Laboratório de Climatologia Geográfica (CLIMAGEO) da UFPB. Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPB (PPGG/UFPB). Professor colaborador do Mestrado Profissional em Ensino de Geografia em Rede Nacional (PROFGEO) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Foi Chefe do Departamento de Geociências da UFPB (Gestão 2013 - 2015). Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPB (Gestão 2019 - 2020). Foi Vice Diretor Presidente da Associação Brasileira de Climatologia (ABClima - Gestão 2021 -2023). É pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Geografia Física e Dinâmicas Socioambientais (GEOFISA) e Diretor Presidente da Associação Brasileira de Climatologia (ABClima - Gestão 2023 -2025). Atualmente realiza estágio de Pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGea), Linha Ensino de Geografia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Climatologia Geográfica e Ensino de Climatologia. E-mail: marcelomoura@ccen.ufpb.br

Referências

ACSELRAD, Henri. Ambientalização das lutas sociais – o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos avançados 24 (68), 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-40142010000100010. Acesso em: 09 ago. 2022.

CEMADEN. Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Municípios monitorados (2013). Disponível em: http://www2.cemaden.gov.br/municipios-monitorados-2/. Acesso em: 16 de set. 2021.

CEPED. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais: 1991 a 2012. 2. ed. rev. ampl. – Florianópolis: CEPED UFSC, 2013. Disponível em: https://www.ceped.ufsc.br/publicacoes/publicacoes/livros/ Acesso em: 12 de set. 2023.

CPRM. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. Serviço Geológico do Brasil – SGB /. Relatório Anual (2014). Disponível em: https://www.cprm.gov.br/publique/media/informacao_publica/rel_anual_2014.pdf

Acesso em: 05 ago. 2021.

CRED. Centre for Research on the Epidemiology of Disasters. Disasters in numbers (2022). Brussels: CRED; 2023. Disponível em: https://cred.be/sites/default/files/2022_EMDAT_report.pdf Acesso em: 17 set. 2023.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Edições Vértice, 1990. (Tradução de Laurent Léon Schaffter).

MEIHY, José Carlos Sebe B.; SEAWRIGHT, Leandro. Memórias e narrativas: história oral aplicada. São Paulo: Contexto, 2020.

UNISDR - UNITED NATIONS OFFICE FOR DISASTER RISK REDUCTION. Global Assessment Report on Disaster Risk Reduction: Risk and poverty in a changing climate. Geneva, Switzerland: UNISDR, 2009. Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/UNISDR_2009_Summary.pdf. Acesso em: em 10 jan. 2021

Downloads

Publicado

02-09-2024

Como Citar

CARLOS DA SILVA, Antônia; DE OLIVEIRA MOURA, Marcelo. MEMÓRIA COLETIVA E OS DESASTRES AMBIENTAIS NA CIDADE DO CRATO, CEARÁ. Geoconexões, [S. l.], v. 2, n. 19, p. 264–283, 2024. DOI: 10.15628/geoconexes.2024.17030. Disponível em: https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/geoconexoes/article/view/17030. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

NÚMERO ESPECIAL - EDUCAÇÃO, ESPAÇO E AMBIENTE: ABORDAGENS PLURAIS