TRANSPLANTE RENAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE BIOÉTICA
Resumo
Este estudo tem como objetivo efetuar a análise do transplante renal no Brasil levando em conta as disparidades regionais do país. O Registro Brasileiro de Transplantes e o Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica foram os documentos utilizados para se avaliar o número de pacientes transplantados por região e aqueles que aguardavam em fila de espera para transplante de rim. Foram também consultados dados disponíveis na literatura que possibilitaram compreender o cenário, seus desafios e prioridades. Esses documentos evidenciaram disparidades regionais significativas relacionadas à alocação dos órgãos nos diferentes estados da Federação. Regiões menos favorecidas economicamente, com acesso restrito à saúde de boa qualidade, pacientes portadores de comorbidades ou com nível baixo de escolaridade apresentaram taxas inferiores de transplantes de rim. A análise bioética priorizou identificar injustiças na seleção dos pacientes candidatos ao transplante de rim.
Downloads
Referências
Agamben, G. (2013, 16 de novembro). Palestra pública. Atenas.
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos – ABTO (2019). Registro Brasileiro de Transplantes, 15(4), 6-7.
Balhara, K. S., Kucirka, L. M., Jaar, B. G., & Segev, D. L. (2012). Disparities in provision of transplant education by profit status of the dialysis center. American Journal of Transplantation, 12(11), 3104-3110.
Batista, C. M. M., Moreira, R. S. L., Pessoa, J. L. E, Ferraz, A. S., & Roza, B. A. (2017). Perfil epidemiológico dos pacientes em lista de espera para o transplante renal. Acta Paulista de Enfermagem, 30(3), 280-286.
Beauchamp, T., & Childress, J. (2013). Principles of biomedical ethics. 17th. ed. Oxford: Oxford University Press.
Coelho, G. H. D. F., & Bonella, A. E. (2019). Doação de órgãos e tecidos humanos: a transplantação na Espanha e no Brasil. Revista Bioética, 27(3), 419-429.
Cortina, A. (2005). Cidadãos do mundo: para uma teoria da cidadania. 5. ed. São Paulo: Loyola.
Courtney, A. E., & Maxwell, A. P. (2009). The challenge of doing what is right in renal transplantation: balancing equity and utility. Nephrology Clinical Practice, 111(1), c62-67.
Daou, H. S., & Brito Filho, J. C. M. D. (2017). John Rawls e Amartya Sen: Paralelo entre a teoria de justiça como equidade e justiça focada nas realizações. Revista de Teorias da Justiça, da Decisão e da Argumentação Jurídica, 3(21), 1-21.
Foucault, M. (1994). Resumo dos Cursos do Collège de France. Rio de Janeiro: Schwarcz.
Gracia, D. (2007). Fundamentos de bioética. 2. ed. Coimbra: Gráfica Coimbra.
Gracia, D. (1991). Procedimientos de decisión en ética clínica. 2. ed. Madrid: Triacastela.
Lafer, C. (2018). Hannah Arendt: pensamento, persuasão e poder. São Paulo: Paz & Terra.
Lázaro, J., & Gracia, D. (2006). The doctor-patient relationship in history. Anales del Sistema Sanitario de Navarra, 29(Suppl. 3), 7-17.
Machado, E. L., Caiaffa, W. T., César, C. C., Gomes, I. C., Andrade, E. I. G., Acúrcio, F. E. A., & Cherchiglia, M. L. (2011). Iniquidades no acesso ao transplante renal para pacientes com doença renal crônica terminal no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 27(Suppl. 2), 284-297.
Machado, E. L., Gomes, I. C., Acúrcio, F. E. A., César, C. C., Almeida, M. C. M., & Cherchiglia, M. L. (2012). Fatores associados ao tempo de espera e ao acesso ao transplante renal em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 28(12), 2315-2326.
Marinho, A., Cardoso, S. E. S., & Almeida, V. V. (2010). Disparidades nas filas para transplantes de órgãos nos estados brasileiros. Cadernos de Saúde Pública, 26(4), 786-796.
Marinho, A., Cardoso, S. E. S., & Almeida, V. V. (2011). Efetividade, produtividade e capacidade de realização de transplantes de órgãos nos estados brasileiros. Cadernos de Saúde Pública, 27(8), 1560-1568.
Medina-Pestana, J. O., Galante, N. Z., Tedesco Júnior, H. S., Harada, K. M., Garcia, V. D., Abbud Filho, M., ... Sabbaga, E. (2011). O contexto do transplante renal no Brasil e sua disparidade geográfica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 33(4), 472-484.
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco (2005). Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Recuperado de https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000146180_por/PDF/146180por.pdf.multi
Pansieri, F. (2016). A crítica de Amartya Sen à concepção rawlsiana de Justiça. Sequência, 74, 181-206.
Rawls, J. (2002). Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes.
Santos, C. A. S. D., Hossne, W. S., & Anjos, M. F. D. (2017). Transplante renal em Alagoas: olhar bioético sobre a vulnerabilidade de quem precisa. Revista Bioética, 25(1), 123-129.
Sen, A. (2011). A ideia de justiça. São Paulo: Companhia das Letras.
Siqueira, J. E., Zoboli, E., Sanches, M., & Pessini, L. (2016). Bioética clínica. Brasília: CFM.
Soares, L. S. D. S., Brito, E. S., Magedanz, L., França, F. A., Araújo, W. N., & Galato, D. (2020). Transplantes de órgãos sólidos no Brasil: estudo descritivo sobre desigualdades na distribuição e acesso no território brasileiro, 2001-2017. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 29(1), e2018512.
Thomé, F. S., Sesso, R. C., Lopes, A. A., & Lugon, J. R. (2019). Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2017. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 41(2), 208-214.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 HOLOS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Português (Brasil)
English
Español (España)
Français (France)
