O CHOURIÇO NO SERIDÓ: TRANSFORMAÇÃO DO SANGUE EM DOCE

Autores

  • Maria Isabel Dantas

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2004.41

Resumo

A alimentação reflete a diversidade das culturas e o modo de pertencimento a um grupo social. A cozinha expressa um saber complexo em que estão envolvidos práticas, tabus, gostos, prazeres, receitas, exposição pública e distribuição de alimentos, riqueza, organização social e poder. Na região do Seridó, no Rio Grande do Norte, o consumo de alimentos está ligado a espaços, tempos, práticas, situações e comportamentos coletivamente vividos e imaginados pela população. Este artigo apresenta dados etnográficos da festa da matança do porco e do chouriço nessa região. Insistiremos sobre as lógicas simbólicas e sociais que explicam a transformação do sangue, elemento natural por excelência, de alimento perigoso num doce que pode ser consumido com poucas restrições. A festa é um acontecimento extraordinário que simboliza a reinvenção de uma tradição, em que se observa um complexo sistema simbólico e onde se revela uma organização social em torno da família estendida. Apesar da carne de porco e o chouriço serem alimentos proibidos para algumas categorias de pessoas, possuem uma força simbólica capaz produzir momentos festivos e de se constituírem em elementos de trocas. Eles podem ser definidos como comidas-dádivas. Palavras-chaves: alimentação, simbolismo do sangue, festa e dádiva.

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Publicado

24/12/2007

Como Citar

Dantas, M. I. (2007). O CHOURIÇO NO SERIDÓ: TRANSFORMAÇÃO DO SANGUE EM DOCE. HOLOS, 3, 4–17. https://doi.org/10.15628/holos.2004.41

Edição

Seção

ARTIGOS