JESUÍNO ALVES DE MELO CALADO, "BRILHANTE"

Responsável pelos primeiros registros acerca do Cangaço, Brilhante atuou como bandoleiro do cangaço na década de 1870 e serviu de inspiração para muitas lendas romantizadas. Nasceu em uma família da aristocracia rural sertaneja, no sítio Tuiuiú (Patu). Diz-se que entre as motivações para ter se tornado cangaceiro, estão o fato de seu irmão ter apanhado no meio da rua e o roubo de uma cabra que lhe pertencia. Ao contrário dos costumes violentos atrelados aos cangaceiros do século XX, Jesuíno foi considerado um "Robin Hood", já que a população nutria uma afeição por sua figura, que sempre intervia em prol dos humildes e mais fracos. Morreu no final da seca de 1879 numa emboscada no Riacho dos Porcos, na cidade Belém do Brejo do Cruz, Paraíba, tendo levado dois tiros. Seus restos mortais estão desaparecidos, pois, após a sua morte, seu corpo foi levado pelo médico Francisco Pinheiro de Almeida para exposição no Colégio Diocesano de Mossoró por longos anos e, na sequência,fez parte do acervo museológico do alienista Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, que por fim, removeu do acervo sem dar paradeiro do destino final.

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CRISTINO GOMES DA SILVA CLETO, "O DIABO LOURO"

Corisco foi um cangaceiro do bando de Lampião, nascido no sertão de Água Branca, Alagoas. O motivo de seu ingresso no movimento cangaceiro foi uma briga de rua aos seus dezessete anos, na qual matou um homem que era protegido do coronel da cidade, e, temendo a punição e sem ter para aonde ir, aliou-se ao bando. Por possuir feições agradáveis, porte físico atlético e cabelo longo, acabou sendo apelidado de “Diabo Louro”. Por volta de 1938, a polícia alagoana matou e degolou onze cangaceiros que se encontravam acampados na grota do Angico, no estado de Sergipe; entre eles encontravam-se Lampião e Maria Bonita. Corisco, ao receber essa notícia, vingou-se furiosamente, degolando a família do fazendeiro acusado de delatar o bando à polícia, porém assassinou as pessoas erradas. Corisco sequestrou Sérgia Ribeiro da Silva, a Dadá, quando ela tinha apenas treze anos e mais tarde o ódio passou a ser um grande afeto. Corisco ensinou Dadá a ler, escrever e usar armas. Corisco permaneceu com ela até no dia de sua morte. Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram. Em 25 de maio de 1940, na cidade de Barra dos Mendes na Bahia, ele foi pego de surpresa pela polícia e morto com uma rajada de metralhadora. Seus restos mortais ficaram expostos durante 30 anos no museu Nina Rodrigues, ao lado dos de Virgulino e Maria Bonita.

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JOSÉ RIBEIRO FILHO, "ZÉ SERENO"

Nascido em 22 de agosto de 1913, na Fazenda dos Engrácias, no município de Chorrochó, no Estado da Bahia. Era filho de José Ribeiro e de dona Lídia Maria da Trindade. Sua mãe era irmã dos cangaceiros Antônio e Cirilo de Engrácias e o cangaceiro Zé Baiano, ferrador do bando de Lampião, era seu primo. Casou-se com Sila, cangaceira que participou do bando de Lampião, com quem teve quatro filhos. Morreu em 1981 de um enfarte em São Paulo, para onde foi após a anistia concedida por Vargas aos cangaceiros sobreviventes da emboscada de 1938, na Grota do Angico em Sergipe. Após a anistia concedida por Vargas aos cangaceiros sobreviventes da emboscada de 1938 e diante das incertezas e das dificuldades, o casal resolveu sair da região Nordeste e seguiram em direção à região sudeste do país. Uma viagem longa e cansativa, repleta de paradas, até chegar ao estado de Minas Gerais, onde permaneceram por algum tempo até decidirem seguir para o estado de São Paulo, onde se instalaram e recomeçaram suas vidas, longe das armas. Morreu em 1981 de um enfarte aos 67 anos de idade.

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VIRGULINO FERREIRA DA SILVA, "LAMPIÃO"

Nascido em Serra Talhada, Poço Redondo, em 4 de junho de 1898 (há controvérsias acerca da data de seu nascimento). Conhecido como o “Rei do Cangaço”, atuou em todo o Nordeste brasileiro, com exceção do Piauí e do Maranhão. Sua família travava conflitos com outras famílias locais por limites de terras, tensão que culminou na morte de seu pai em um confronto com a polícia em 1919. Jurando vingança, Virgulino e mais dois irmãos passaram a integrar o grupo de cangaceiros de Sinhô Pereira, grupo este que Lampião viria a se tornar líder em 1922. Lampião e seu bando eram frequentemente protegidos por fazendeiros, pequenos sitiantes ou ainda autoridades locais, que ofereciam abrigo e alimento aos bandos durante certo tempo. Em 27 de julho de 1938, Lampião e seu bando escondiam-se em uma fazenda no sertão de Sergipe, quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo, não dando tempo para que os cangaceiros tentassem qualquer defesa. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram durante o ataque, inclusive Lampião. Seguindo o costume da época, os policiais deceparam a cabeça de Lampião. O mesmo aconteceu com os cangaceiros Quinta-Feira, Mergulhão, Luís Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.

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JOSÉ GOMES, "O CABELEIRA"

José Gomes, o Cabeleira, frequentemente tido como um dos primeiros cangaceiros, foi um bandido cruel e sanguinário que entrou na vida do crime influenciado pelo seu pai, o não menos perverso Joaquim Gomes, um homem mal e cruel que cedo ensinou o filho a arte violenta de matar e sangrar as pessoas indefesas apenas por puro prazer. Juntamente com seu pai e um negro de nome Teodósio, Cabeleira aterrorizou toda a zona da mata pernambucana desde Vitória de Santo Antão até o centro do Recife em meados de 1775. Cabeleira foi um herói do mal. À revelia de sua mãe, a Joana, conheceu a trilha do crime através do pai que cedo o ensinou a usar o clavinote, deixando um rastro de morte e destruição por onde passava. Cabeleira não escolhia suas vítimas. Era um herói sem causa social, e não tinha para si um código de ética e de conduta. Matava por matar e roubava por roubar. José Gomes foi aprisionado num canavial em Paudalho, zona da mata de Recife e levado à forca no Forte das Cinco Pontas em 1776. Das histórias de Cabeleira, só contadas pelo romancista Franklin Távora fica os versos que imortalizou a figura desse cangaceiro na alma do nordestino: “Fecha a porta, gente Cabeleira aí vem Matando mulheres Meninos também....” “Minha mãe me deu Contas pra rezar Meu pai me deu faca Para eu matar” “Meu pai me pediu Por sua benção Que eu não fosse mole Fosse valentão.”


JOSÉ LEITE DE SANTANA, "JARARACA"

Conhecido por Jararaca, José Leite de Santana, nascido em Pajeú das Flores, no Estado de Pernambuco em 1901, foi um cangaceiro do bando de Lampião. Antes de ingressar no movimento do Cangaço, foi soldado do exército e participou da Revolta Paulista de 1924. Juntou-se ao bando de Lampião em princípios de 1927, levando oito companheiros. Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo, José Leite estava no sertão pernambucano, e com a alcunha de "Jararaca" já se encontrava "chefiando bandos de cangaceiros, assaltando fazendas e comboeiros, incendiando, matando, depredando". Destacava-se no grupo por ser exímio atirador e grande lutador de faca. Em junho do mesmo ano, participou do ataque à cidade de Mossoró, onde foi baleado, preso e executado após quatro dias de prisão pelo soldado João Arcanjo.