OS IMPACTOS DAS RESTRIÇÕES DO ICMBIO NA PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO CAMPONESA NO PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES: ESTUDO DE CASO DA COMUNIDADE TRADICIONAL DE TUCUNS
DOI:
https://doi.org/10.15628/geoconexes.2024.17834Palavras-chave:
unidades de conservação, produção e reprodução camponesa, Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, comunidade tradicional de TucunsResumo
O Brasil possui uma rica diversidade de fauna e flora, caracterizada pela interação direta e contínua com o ser humano. Segundo ambientalistas preservacionistas, essa relação tem sido um fator importante na degradação da biodiversidade. Nesse cenário, as Unidades de Conservação (UC) surgem como estratégia para a proteção desses ambientes. No entanto, embora a criação das UC seja importante para a preservação ambiental, as restrições impostas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) às comunidades que já habitavam essas áreas, antes de sua legalização, limitam atividades essenciais para a subsistência desses grupos. Este artigo visa analisar até que ponto essas restrições dificultam a produção e a reprodução do modo de vida camponês, com ênfase na comunidade tradicional de Tucuns, localizada no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM). A pesquisa, baseada no método de análise e observação participante, permitiu identificar os principais desafios enfrentados pela comunidade de Tucuns em decorrência das restrições estabelecidas pelo órgão gestor.
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