PROPI - Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação, IX Congresso de Iniciação Científica do IFRN

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Uma voz de protesto em "Calabar"
Mário Jorge Barbosa, Evandro Gonçalves Leite

Última alteração: 2013-06-27

Resumo


O presente trabalho toma como objeto de estudo críticas sociais veiculadas no musical Calabar: o elogio da traição, de Chico Buarque e Ruy Guerra. A obra denuncia os problemas relacionados à repressão da ditadura militar brasileira (1964-1985), utilizando outro tempo histórico – as invasões holandesas– como artifício para ocultar as críticas. O objetivo é analisar duas canções do musical como manifestações artísticas e instrumentos de protesto no contexto histórico-literário da ditadura militar. As canções são Cobra de vidro e Vence na vida quem diz sim. Para fundamentar teoricamente o trabalho, recorremos a Fausto (2001), que apresenta o contexto histórico brasileiro referente às invasões holandesas e ao regime militar; Napolitano (1997), que aponta a censura em relação a artistas que usaram sua arte como instrumento de protesto para denunciar aspectos sociais da realidade brasileira; os próprios autores, Chico Buarque e Ruy Guerra (2006), que fazem reflexões sobre a obra e seus diferentes contextos, explicando as finalidades e intenções dela. A música Cobra de vidro expressa o momento da morte de Calabar e relaciona-se com a ditadura referindo-se às torturas sofridas e à pena de morte. Já a canção Vence na vida quem diz sim faz referência à população brasileira que não manifestava contrariedade ao que estava sendo imposto pelo governo, apenas se adaptava à situação devido à falta de impulso para a luta, ou seja, apenas respondia que sim. Assim, as canções, bem como o texto teatral em que elas se inserem, fazem fortes críticas à ditadura militar, ocultando-as na alusão a outro momento histórico.

Palavras-chave


Calabar: o elogio da traição; canção; ditadura militar

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