CONVITE À REFLEXÃO SOBRE A NATUREZA: POR QUE PRECISAMOS FALAR DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15628/geoconexes.2024.16963

Palavras-chave:

integração, ambiente, sustentabilidade, saberes tradicionais

Resumo

Os Serviços Ecossistêmicos (SE) são benefícios obtidos das funcionalidades de elementos do meio natural que sustentam não apenas as demandas da sociedade, mas o próprio ecossistema global nas diversas escalas de análise. O avanço técnico-científico promoveu um aparente domínio da sociedade sobre a natureza, provocando diversas consequências negativas, dentre as quais está o não-reconhecimento da dependência que a sociedade apresenta do ecossistema mundial. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo analisar as relações entre os SE e as atividades humanas essenciais, no sentido de destacar a importância ímpar de tais benefícios para a manutenção da vida na Terra e da Terra. A metodologia é baseada em levantamento de literatura específica que versa sobre os tipos de SE e na identificação das relações entre estes e as atividades humanas. Os resultados apontam que os Serviços Ecossistêmicos estão presentes em todos os aspectos do cotidiano, nos campos da Política, Cultura e Artes, dentre outros campos do conhecimento. Assim, a partir dos resultados, concluímos que se faz necessário, com urgência, a adoção de um projeto global de retorno à integração do ser humano com a natureza.

Biografia do Autor

João Correia Saraiva Junior, Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN

Licenciado e mestre em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Atualmente, atua como professor de Geografia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) - Campus Natal Central. Eixos de pesquisa: Geodiversidade, Serviços Ecossistêmicos, Ensino de Geografia e Análise Ambiental.

Silas Samuel dos Santos Costa, Geoparque Seridó - Rio Grande do Norte

Geólogo pelo Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DG/UFRN, 2016-2022) e Técnico em Mineração pela Diretoria Acadêmica de Recursos Naturais, Instituto Federal do Rio Grande do Norte (DIAREN/IFRN, 2013-2019). Atuou como Bolsista Voluntário no Laboratório de Processamento e Tratamento de Minérios (DIAREN/IFRN, 2013-2014) e exerceu Tutoria e Aprendizagem de Laboratório (TAL) na disciplina de Mineralogia para os cursos de Geologia e Mineração (DIAREN/IFRN, 2014-2017). Foi bolsista de extensão atuando em projetos relacionados à Geoeducação no Geoparque Seridó (PROEX/UFRN, 2017-2022). Foi estagiário da Coordenação do Museu de Minérios - COMUMI/CNAT, atuando como Técnico em Mineração (2017-2019). Atualmente, atua no Comitê Técnico do Geoparque Seridó como Coordenador de Comunicação e Marketing (2020-Atual) e como Geocientista do Geoparque Seridó (2021-Atual). Sua linha geral de pesquisa é direcionada a Geociências e Sociedade, nas áreas temáticas de Geoconservação, Sustentabilidade, Geomorfologia, Rochas Ornamentais e Ensino de Geociências.

Thiago Isaias Nóbrega de Lucena, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Doutor em Ciências Sociais (UFRN), atualmente em pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra/Portugal. Membro do Instituto Internacional para el Pensamiento Complejo (IIPC) e da Cátedra Itinerante UNESCO Edgar Morin para el Pensamiento Complejo (CIUEM). Membro da Rede Acadêmica Diálogos en Mercosur. Pesquisador do Grupo de Estudos da Complexidade (GRECOM). Pesquisador do Círculo de Estudos em Cultura Visual (CICULT/CNPQ). Professor do curso de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CeT/UFRN). Investiga como as redes sociais constroem novos sujeitos e o futuro da aprendizagem, dos afetos, do trabalho e da memória do homo sapiens cada vez mais radicalmente imerso nas redes. Atua e tem interesse nos estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), Sociologia, Antropologia e Educação, Pensamento Complexo, Transdisciplinaridade, Sociologia e Filosofia da Tecnologia, Política Científica e Tecnológica, Redes e Mídias Sociais e Estratégias de Ensino.

Referências

ALMEIDA, M. C. Complexidade: saberes científicos, saberes da tradição. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.

BANCO MUNDIAL. Relatório Anual de 2023 do Banco Mundial. Disponível em https://openknowledge.worldbank.org/server/api/core/bitstreams/9035afda-3103-4598-b50e-721ed55cdebe/content. Acesso em 25 de fevereiro de 2024.

BRASIL. Relatório Síntese do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC-2023. Ministério da Ciência, tecnologia e Inovação. Disponível em https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/sirene/publicacoes/relatorios-do-ipcc/arquivos/pdf/copy_of_IPCC_Longer_Report_2023_Portugues.pdf. Acesso em 28 de fevereiro de 2024.

CAPRA, F. et al. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. 1. ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2013.

FOX, N., GRAHAM, L. J., EIGENBROD, F., BULLOCK, J. M., & Parks, K. E. Incorporating geodiversity in ecosystem service decisions. Ecosystems and People, 2020.

GEOPARQUE SERIDÓ. Guias e Condutores de Turismo. Disponível em https://geoparqueserido.com.br/. Acesso em 29 de fevereiro de 2024.

GRAY, M.; GORDON, J. E.; BROWN, E. J. Geodiversity and the ecosystem approach: the contribution of geoscience in delivering integrated environmental management. Proceedings of the Geologists' Association, v. 124, n. 4, p. 659-673, 2013.

GRAY, M. Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. 2. ed. Chichester, John Wiley & Sons, 2013.

GRAY, M. Geodiversity: a significant, multi-faceted and evolving, geoscientific paradigm rather than a redundant term. Proceedings of the Geologists' Association, v. 132, n. 5, p. 605-619, 2021.

HEARD, A. W., BEKKER, A., KOVALICK, A., TSIKOS, H., IRELAND, T., & DAUPHAS, N. Oxygen production and rapid iron oxidation in stromatolites immediately predating the Great Oxidation

Event. Earth and Planetary Science Letters, 582 p., 2022.

KIERNAN, K. Landforms as sacred places: implications for geodiversity and geoheritage. Geoheritage, v. 7, n. 2, p. 177-193, 2015.

ICMBio. Lista de espécies ameaçadas. Disponível em https://www.icmbio.gov.br/cepsul/destaques-e-eventos/492-lista-de-especies-ameacadas-saiba-mais.html. Acesso em 29 de fevereiro de 2024.

LATOUR, B. Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Bauru: EDUSC, 2004.

LEVY STRAUSS. Tristes Trópicos. Tradução: Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

MA – Millenium Ecosystem Assessment 2005. MA Conceptual Framework. In: Millenium Ecosystem Assessment. Ecosystems and Human Well-being: A Framework for Assessment. Island Press, p. 1-25

MOURA-FÉ,M.M.; ALMEIDA,R.R.; SOUSA,N.R.; LINO,M.A.L. A Geodiversidade na simbologia dos municípios do Cariri cearense: toponímia, hinos e bandeiras. Terr@Plural, Ponta Grossa, v.17, p. 1-21, 2023.

NEGI, C. S. Religion and biodiversity conservation: not a mere analogy. The International Journal of Biodiversity Science and Management, v. 1, n. 2, p. 85-96, 2005.

NICOLESCU, B. O manifesto da transdisciplinaridade. Tradução de Lucia Pereira de Souza. São Paulo: Triom, 1999.

REN, Y., LÜ, Y., HU, J., & YIN, L. Geodiversity underpins biodiversity but the relations can be complex: Implications from two biodiversity proxies. Global Ecology and Conservation, 31 p., 2021.

RIBEIRO, W.C.; LOBATO, W.; OLIVEIRA, L. M. L. P. R.; LIBERATO, R. C. A concepção de natureza na civilização ocidental e a crise ambiental. Revista da Casa de Geografia de Sobral, v. 14, n. 1, p. 7-17, 2012.

RODRIGUES, J., DE CARVALHO, C. N., RAMOS, M., RAMOS, R., VINAGRE, A., & VINAGRE, H. Geoproducts–Innovative development strategies in UNESCO Geoparks: concept, implementation methodology, and case studies from Naturtejo Global Geopark, Portugal. International Journal of Geoheritage and Parks, 2021.

SARAIVA JUNIOR, J. C.; NASCIMENTO, M. A. L.; SILVA, M. L. N. A abordagem ecossistêmica e o ensino de Geografia: uma proposição ao estudo da relação natureza e sociedade na educação básica. Geosaberes, Fortaleza, v. 13, p. 95-119, 2022.

VERED, G.; SHENKAR, N. Monitoring plastic pollution in the oceans. Current Opinion in Toxicology, v. 27, 2021.

WEBER, M. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2011.

Downloads

Publicado

02-09-2024

Como Citar

CORREIA SARAIVA JUNIOR, João; DOS SANTOS COSTA, Silas Samuel; NÓBREGA DE LUCENA, Thiago Isaias. CONVITE À REFLEXÃO SOBRE A NATUREZA: POR QUE PRECISAMOS FALAR DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS?. Geoconexões, [S. l.], v. 2, n. 19, p. 189–204, 2024. DOI: 10.15628/geoconexes.2024.16963. Disponível em: https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/geoconexoes/article/view/16963. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

NÚMERO ESPECIAL - EDUCAÇÃO, ESPAÇO E AMBIENTE: ABORDAGENS PLURAIS