O MTST E O PMCMV: O “PODER POPULAR” PRÓPRIO AO LULISMO

Autores/as

  • ISADORA DE ANDRADE GUERREIRO USP

DOI:

https://doi.org/10.15628/dialektike.2016.5551

Resumen

A produção do espaço realizada por movimentos populares por meio do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) – Entidades é uma entrada privilegiada de reflexão acerca do lulismo, pois dá conta de certa totalidade do processo social na qual estão imbricadas determinações econômicas, políticas, sociais e culturais. Nestes termos, apresentamos um estudo de caso específico, a partir do qual são retirados elementos para tal reflexão: os conjuntos João Cândido e Chico Mendes, localizados em Taboão da Serra-SP, realizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Tanto o processo de projeto quanto a forma urbana cristalizada são expressões de determinada ressonância entre o sistema de gerenciamento político lulista – que dá forma à função dependente do Brasil no mercado mundial – e uma organização popular que cresce se apoiando no sujeito político consumidor forjado nesta conjuntura. São elementos que colocam questionamentos acerca da potencialidade transformadora deste tipo de arranjo político e social, no qual a aliança dos trabalhadores se dá com o capital em nome da criação de certo “poder popular” distante da formação do sujeito político autônomo, produtor de um novo programa para as cidades.

Biografía del autor/a

ISADORA DE ANDRADE GUERREIRO, USP

Doutorado em Arquitetura e Urbanismo

Citas

BARAVELLI, J. E.. Trabalho e Tecnologia no Programa MCMV. Tese de Doutorado, FAU USP. São Paulo: 2014. Orientação de Ermínia Terezinha Menon Maricato.

CAMARGO, Camila Moreno. Minha Casa Minha Vida Entidades: entre os direitos, as urgências e os negócios. Tese de Doutorado, IAU-USP. São Carlos: 2016. Orientação de Cibele S. Rizek.

FERRO, Sérgio. Arquitetura e Trabalho Livre. São Paulo: CosacNaify, 2006.

GUERREIRO, Isadora de Andrade. CEUs: Potencialidades e Contradições. Trabalho Final de Graduação, São Paulo, FAU-USP, 2006. Orientação: Vera Maria Pallamin.

HARVEY, David. O novo imperialismo. São Paulo, Editora Loyola, 2004. Tradução de Adail U. Sobral e Maria S. Gonçalves.

______. “The Right to the city”. In: New Left Review, nº 53, set-out 2008.

MARINI, Ruy Mauro. “Dialética da Dependência”. In: TRASPADINI, R.; STEDILE, J.P. [orgs.]. Ruy Mauro Marini: Vida e Obra. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2005 [1973].

MARX, Karl. O Capital – Crítica da Economia Política. São Paulo: Editora Abril, 1983 [1867]. Tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe.

PAULANI, Leda. Brasil Delivery: servidão financeira e estado de emergência econômico. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008.

RANCIÉRE, Jacques. O desentendimento: política e filosofia. São Paulo: Editora 34, 1996.

RICCI, Rudá. Lulismo: da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira; Rio de Janeiro: Contraponto, 2013 [2010].

SINGER, André. Os sentidos do Lulismo – reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

______. Cutucando onças com varas curtas: O ensaio desenvolvimentista no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014). In: Revista Novos Estudos Ceprab, nº 102, pp. 43-71, Julho de 2015.

Publicado

13/06/2016

Número

Sección

Artigos