REPRESENTAÇÃO SOCIAL NO POEMA MENINOS CARVOEIROS, DE MANUEL BANDEIRA
Elis Betânia Guedes da Costa
Última alteração: 2013-06-22
Resumo
O presente trabalho trata de um estudo acerca do poema
Meninos Carvoeiros, de Manuel Bandeira, procurando analisar como nele se inscreve a representação social da pobreza e da infância. Para tanto, tomamos como aporte teórico os conceitos de representação social, de Jodelet (1985) e Moscovici (2004) por se tratar de um gênero textual que se define por uma particularidade de linguagem – a poesia – veremos também como algo que a princípio é visto como material de delicadeza e pura leveza traz à sua expressão um modo de ver a realidade social de forma crítica e reflexiva. Podemos dizer, então, que do ponto de vista tradicional, por um lado, a poesia lírica sempre esteve voltada para a expressão do estado de alma e do sentimento individual dos poetas, longe de problematizar o mundo e a história, por outro na modernidade vemos como os poetas fazem de suas
composições uma forma de refletir criticamente acerca do mundo e dos homens, nesse sentido a poesia moderna não se deixa limitar à individualidade de seu criador para encarar o mundo como um mundo-problema. É esta a perspectiva que adotamos para estudar o poema de Manuel Bandeira, tendo em vista que ele se articula com a realidade social para nos fazer ver algo para além da primeira vista: crianças aparentemente felizes, sendo exploradas, exercendo atividade braçal no dia a dia, e perdendo ao decorrer do tempo características daquilo que realmente seria uma infância feliz. O poema se abre ao social, na medida em que pode ser visto como linguagem de denúncia quanto ao trabalho infantil, por isso mesmo trata ainda de uma temática atual e cara à nossa sociedade.
Palavras-chave
Poesia, Representação social, Trabalho Infantil, Pobreza.
Incluir comentário