SER, LINGUAGEM E TÉCNICA

A DIMENSÃO POÉTICA DO HABITAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15628/dialektike.2025.19006

Resumo

O presente artigo analisa a proposta de Heidegger de reordenar a linguagem como caminho para uma nova ontologia, tomando como referência a transição de “Ser e Tempo” para o chamado “segundo Heidegger”. O fracasso de “Ser e Tempo” em superar a metafísica, segundo seus intérpretes, deve-se ao fato de que Heidegger ainda operava com uma linguagem herdada da tradição ocidental. Essa constatação leva o filósofo a investigar a própria essência da linguagem, compreendendo-a não como mero instrumento, mas como o lugar privilegiado de manifestação do Ser. Em contraposição à linguagem técnica e instrumental, predominante na modernidade, Heidegger reivindica uma linguagem capaz de abrir espaços de sentido originário, preservando a alteridade dos entes e a experiência ontológica do Dasein. A modernidade, ao reduzir a linguagem à função informativa, compromete sua dimensão originária e transforma o real em mero objeto manipulável. A técnica moderna, nesse processo, não apenas submete a linguagem às exigências do cálculo, mas absolutiza sua dimensão instrumental, apagando a possibilidade de uma experiência poética e ontológica do Ser. O artigo conclui que a proposta heideggeriana de um “outro começo” passa necessariamente pela recuperação da linguagem enquanto acontecimento do Ser, capaz de devolver ao homem uma relação mais originária com o mundo.

Biografia do Autor

Poliana Emanuela da Costa

Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Mestra em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN, 2014). Possui especialização em Educação, com ênfase em Currículo e Ensino (UERN, 2010). Graduada em Licenciatura em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN, 2007). Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC, desde 2021).

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Publicado

06/09/2025