A reflexão enquanto atividade lúdica no Ensino de Filosofia: um relato de experiência a partir de A Náusea de Sartre

Autores

  • Maurilio Gadelha Aires IFRN

DOI:

https://doi.org/10.15628/dialektike.2017.6437

Palavras-chave:

Ensino de Filosofia, educação lúdica, literatura e Filosofia.

Resumo

Entender a reflexão enquanto um exercício lúdico é compreender que o pensamento pode voltar-se para ele mesmo com o intuito de jogar com as suas próprias possibilidades. A reflexão filosófica pode ser vista sob a perspectiva do lúdico uma vez que o pensamento está cheio de um jogo de ideias que suscita uma superação constante, um ir além, um querer ver até aonde pode levar. O homem vai fazendo experiências com o próprio modo de pensar. O esforço em experienciar outras formas de pensar vai abrindo novas perspectivas naquele que se exercita ludicamente através do imenso campo do imaginário. Sendo a literatura um campo fértil ao exercício da imaginação, pois, este é um aspecto do literário em si mesmo, pode-se dizer que o exercício da imaginação dá uma dimensão especial ao texto lido, principalmente quando o aluno é instigado nesse processo a manifestar espontaneamente o produto da sua atividade imaginativa. Trata-se, então, de um relato de experiência a partir de uma intervenção feita no IFRN, com a Filosofia para alunos do Ensino Médio, utilizando a mediação da literatura sartriana. A literatura existencialista, enquanto gênero literário, na qual Sartre obteve grande destaque, teve o mérito de fazer com que o seu leitor pudesse pensar acerca dos problemas e angústias do cotidiano, bem como, tacitamente, o colocava diante de decisões éticas sobre as quais somente um indivíduo livre poderia se posicionar. Dentro dessa perspectiva, pensa-se que a leitura e o diálogo travado em torno do romance de Sartre, A Náusea, conseguiu estimular o imaginário dos alunos com um discurso compatível com a ideia de se veicularem conhecimentos filosóficos sem, contudo, banalizá-los.

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Publicado

02/05/2018