Do corpo como res extensa de Descartes ao corpo próprio de Merleau-Ponty
DOI:
https://doi.org/10.15628/dialektike.2017.5559Palavras-chave:
Corpo. Fenômeno. Percepção.Resumo
Este artigo pretende apresentar o percurso que Merleau-Ponty desenvolveu para mostrar a compreensão do corpo como sendo aquele que experimenta sua própria existência e tem consciência de que está no mundo; consciência não como ideia, mas como vivência para o próprio sujeito. O corpo é considerado em sua totalidade. Nosso ponto de partida é a filosofia de Descartes, que diferencia coisa pensante, res cogitans, e coisa material, res extensa. A crítica que Merleau-Ponty faz em relação a Descartes não tem a finalidade de desprezar a ciência e as contribuições de Descartes, mas antes de compreender os limites do mundo objetivo. O objetivo reencontrar no mundo da experiência a relação que constitui o meio de acesso à facticidade do corpo. A noção de corpo próprio em Merleau-Ponty advém fenomenologia, cuja noção de um fenômeno e a noção de experiência coincidem. O corpo é uma dimensão da nossa existência, vivido como uma unidade aberta, inacabada. Desse modo, há uma diferença entre Descartes e Merleau-Ponty, pois enquanto Descartes colocava o corpo como substância Merleau-Ponty o coloca como fenômeno; assim o corpo deixa de ser uma coisa extensa para ser um fenômeno vivido, um fenômeno perceptivo.
Referências
CAMINHA, Iraquitan de Oliveira. O distante-próximo e o próximo-distante: Corpo e percepção na filosofia de Merleau-Ponty. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2010.
DESCARTES, Rene. Discurso do Método, Objeções e respostas, As paixões da alma, Meditações, Objeções e respostas. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1996.
_________________. Cartas a Elizabeth. Disponível em: <http://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=501&idC=71728#> Acesso em 19/09/2014 às 10:10hs.
DIAS, Isabel Matos. Elogio do sensível: corpo e reflexão em Merleau-Ponty. Litoral: Lisboa, 1989.
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Tradução: Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petróplis, RJ: Vozes, 2005. Vol. 1.
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do espírito. 4. ed. Trad. P. Meneses. Petrópolis (RJ): Vozes, 2007.
HUSSERL, Edmund. A ideia da fenomenologia. Rio de Janeiro: Edições 70, 2000.
_________________. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma fenomenologia filosófica. São Paulo: Ideias e Letras, 2006.
MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva. 2003.
________________________. Fenomenologia da Percepção. Tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
NÓBREGA, Terezinha Petrucia da. Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia 2008, 13(2), 141-148. Acervo disponível em: Acesso em 23 de novembro de 2015 às 23:16.
____________________________. Merleau-Ponty: o corpo como obra de arte e a inexatidão da verdade. Cronos, Natal-RN, v. 9, n. 2, p. 393-403, jul./dez. 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Dialektiké o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado