ACÍDIA, O “DEMÔNIO DO MEIO-DIA”

TÉDIO E SOFRIMENTO ESPIRITUAL NOS PRIMEIROS PADRES DO DESERTO

Autores

  • Stanley Kreiter Bezerra Medeiros

DOI:

https://doi.org/10.15628/dialektike.2025.19007

Resumo

Este artigo analisa a acídia, conhecida como o “demônio do meio-dia”, a partir dos escritos dos primeiros padres do deserto. A investigação percorre desde referências ao tédio na Antiguidade clássica até sua formulação no cristianismo primitivo. Evágrio Pôntico, João Cassiano e São Crisóstomo são examinados como principais intérpretes do fenômeno, apresentando a acídia como tentação demoníaca, febre da alma ou abatimento espiritual. O estudo demonstra que a acídia transcende a simples fadiga, configurando-se como experiência de indiferença e desesperança que ameaça a perseverança monástica, mas também ilumina aspectos universais da condição humana, como o peso do tempo e a perda de sentido. Conclui-se que, embora situada no horizonte da Antiguidade cristã, a acídia mantém atualidade ao dialogar com reflexões contemporâneas sobre sofrimento existencial, tédio e depressão.

Biografia do Autor

Stanley Kreiter Bezerra Medeiros

Doutor em Filosofia pelo Programa Integrado de Doutorado em Filosofia – UFRN/UFPB/UFPE (2013), possui mestrado em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba (2008) e graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005). É também graduado em Psicologia pela UNIFACEX-RN (2024), com ênfase na abordagem Fenomenológico-Existencial. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Lógica e Epistemologia, e atua como professor efetivo de Filosofia no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (Brasil). De forma voluntária, exerce a função de psicólogo clínico, com formação em Psicologia Clínica na perspectiva Fenomenológico-Existencial, sendo inscrito no Conselho Regional de Psicologia.

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Publicado

09/09/2025