ENTRE MASSA, SOCIEDADE E COMUNIDADE
UMA ANÁLISE FILOSÓFICO SOCIOLÓGICA DE OS SERTÕES A PARTIR DE ÉMILE DURKHEIM E EDITH STEIN
DOI:
https://doi.org/10.15628/dialektike.2025.18980Resumo
Este artigo buscou refletir filosoficamente sobre a experiência de Canudos, narrada por Euclides da Cunha em Os Sertões, articulando o pensamento sociológico de Émile Durkheim à obra filosófica de Edith Stein. A partir de Durkheim, a vida em Canudos pode ser interpretada como expressão da solidariedade mecânica baseada na coesão, na semelhança e na consciência coletiva. Contudo, tal perspectiva não adentra na dimensão existencial da experiência comunitária. Neste ponto, a contribuição de Edith Stein mostra-se fecunda, pois ela distingue massa, sociedade e comunidade, apontando que a comunidade se fundamenta na partilha ativa de sentido e a massa, pela homogeneidade passiva. Canudos, à luz dessa filosofia, aparece como um fenômeno em que se entrelaçam características de comunidade e massa: de um lado, solidariedade profunda forjada pela fé, pelo sofrimento e pelo destino comum, e de outro, submissão ao carisma de Antônio Conselheiro que diluía a autonomia dos indivíduos. Por fim, esta análise filosófico-sociológica ilustrou conceitos clássicos importantes e ao mesmo tempo, trouxe apontamentos que permitem melhor compreender questões como pertencimento e coesão coletiva.
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