A CRÍTICA ZIZEKIANA À CULTURA CONTEMPORÂNEA

Autores

  • Ana Carolina Nunes Silva IFAC/UFOP

DOI:

https://doi.org/10.15628/dialektike.2015.2866

Palavras-chave:

Slavoj Žižek, Ideologia, Crítica, Capitalismo, Cinismo

Resumo

Neste presente trabalho, mostraremos como a impossibilidade de trabalhar com a ideia de “desalienação” que promove a conscientização “sistemática” do que está escondido atrás das aparências enganosas, como pensou a Escola de Frankfurt, explicaria os fenômenos atuais que reconhecemos como razão cínica (a rejeição, a imunização e o “esgotamento da crítica”). Ao contrário da concepção de muitos críticos da ideologia, não lidamos mais com a lógica que anima o famoso comentário de Marx no Capital: “eles não o sabem mas o fazem”, mas com um tipo de lógica da socialização em que “os sujeitos sabem muito bem, mas o fazem assim mesmo”. Assim como a Teoria Crítica, Žižek também se empenha em uma análise do funcionamento das formas políticas totalitárias, mas por meio desse conceito, pois para o filósofo tais formas totalitárias são a expressão encarnada da servidão voluntária. Com a aliança entre psicanálise e tradição dialética, Žižek encontrou uma forma de fazer uma crítica tal estrutura de racionalidade que encontramos na contemporaneidade, isto é, uma crítica à razão cínica.

Biografia do Autor

Ana Carolina Nunes Silva, IFAC/UFOP

Mestre em Estética e Filosofia da Arte (2015) pelo Programa de Pós-Graduação em Estética e Filosofia da Arte do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura- IFAC/UFOP. Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto (2007-2011). Foi bolsista em projeto de iniciação científica (PIBIC/CNPq) com ênfase em Estética e Filosofia da Arte. 

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Publicado

11/10/2015

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Artigos