A CONSERVAÇÃO DAS VARIEDADES CRIOULAS PARA A SOBERANIA ALIMENTAR DE AGRICULTORES: ANÁLISE PRELIMINAR DE CONTEXTOS E CASOS NO BRASIL E NO MÉXICO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15628/holos.2017.4749

Palavras-chave:

Conservação, variedades crioulas, soberania alimentar.

Resumo

Este estudo discute três iniciativas para a conservação das variedades crioulas promovendo a soberania alimentar de famílias agricultoras e camponesas no Brasil e no México. Por meio de entrevistas e de observação participante menciona-se os programas de Guardiões de Sementes Crioulas no Rio Grande do Sul, o Banco Comunitário de Sementes na Paraíba, Brasil e o Programa de Custódios do Milho Crioulo no estado de Puebla no México como iniciativas que fomentam com que os agricultores conservem os recursos fitogenéticos em suas próprias propriedades com prioridade para aqueles que são mais consumidos pela família e na propriedade rural. As iniciativas configuram-se como fomento a soberania alimentar das famílias conservando a agrobiodiversidade e garantindo o reconhecimento aos agricultores guardiões e custódios. Além disso conferem  autonomia produtiva e alimentar como por meio dos bancos de sementes em que os próprios agricultores gerenciam a armazenagem. A união entre agricultores e mediadores como a extensão rural e a acadêmica e o Estado são essenciais para o fomento e eficácia dos programas para a conservação das variedades crioulas como estratégia para a soberania alimentar das comunidades rurais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Viviane Camejo Pereira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Bióloga, mestra e doutoranda em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Pedro Antonio López, Colegio de Postgraduados Campus Puebla

Ing. Agronomo, Prof. Dr. en el Postgrado en Ciencias: Estrategias para el Desarrollo Agrícola Regional del Colegio de Postgraduados Campus Puebla, México.

Fabio Kessler Dal Soglio, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Eng. Agrônomo, Prof. Dr. PhD na Faculdade de Agronomia e Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Referências

Altieri, M. A. & Nicholls, C. I. (2009). Cambio Climatico y Agricultura Campesina: impactos y respuestas adaptativas. Leisa- Revista de Agroecología. Disponível em: http://qa.portalces.org/sites/default/files/migrated/docs/C.C_y_agricultura_campesina_Impactos_y_respuestas_adaptativas_%28Miguel_Altieri_y_Clara_Nicholls%29.pdf Acesso em 10 out. 2015.

Belik, W. (2003). Perspectivas para segurança alimentar e nutricional no Brasil. Saúde e Sociedade, 12 (1) 12-20.

Bevilaqua, G. A. P. et al. (2014). Agricultores guardiões de sementes e ampliação da agrobiodiversidade. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, 31 (1) 99-118.

Biodiversidad Mexicana. Razas de Maíz de México. Maíz Jala. Disponível em: http://www.biodiversidad.gob.mx/usos/maices/grupos/OchoH/Jala.html Acesso em 10 out. 2016.

BRASIL. Lei Nº 11.346, de 15 de Setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm Acesso em 29 set. 2016.

Burity, V., Franceschini, T. & Valente, F. (2010). Direito Humano à Alimentação Adequada no contexto da segurança alimentar e nutricional. Brasília, DF: ABRANDH, 2010.

Campos, C. S. S., Campos, R. S. (2007). Soberania alimentar como alternativa ao agronegócio no Brasil. Revista electrónica de geografia y ciências sociales, XI (245). Disponível em: <http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-24568.html> Acesso em: 03 dez. 2014.

Cassol, K. P. (2013). Construindo A Autonomia: O Caso Da Associação Dos Guardiões Das Sementes Crioulas De Ibarama/RS. Dissertação (Mestrado). Programa De Pós-Graduação em Geografia e Geociências. Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Naturais e Exatas. Santa Maria, RS.Disponível em:<http://w3.ufsm.br/ppggeo/images/dissertacoes/Dissertao%20KELLY%20PERLIN%20CASSOL.pdf>. Acesso em: 18 out. 2015.

Cassol, K. P. & Wizniewsky, C. R. F. (2015). Saberes tradicionais e sementes: o caso da associação dos guardiões das sementes crioulas de Ibarama/RS. Campo-Território, revista de geografia agrária, 10 (20), 246-275. Disponível em:<http://www.seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/view/26598/17013>. Acesso em 18 out. 2015.

Comisión Nacional para el Conocimiento y Uso de la Biodiversidad (CONABIO) (2011). La Biodiversidad en Puebla: Estudio de Estado. México. Comisión Nacional para el Conocimiento y Uso de la Biodiversidad, Gobierno del Estado de Puebla, Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, p. 31.

Cunha, F. L. (2013). Sementes da Paixão e as Políticas Públicas de Distribuição de Sementes na Paraíba. Dissertação (Mestrado em Práticas em Desenvolvimento Sustentável). Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ.

Díaz, F. A. et al. (2010). Dimensiones de la seguridad alimentaria: Evaluación Estratégica de Nutrición y Abasto. Consejo Nacional de Evaluación de la Política de Desarrollo Social- CONEVAL, 2010. Disponível em:<http://www.coneval.gob.mx/rw/resource/coneval/info_public/PDF_PUBLICACIONES/Dimensiones_seguridad_alimentaria_FINAL_web.pdf>. Acesso em 18 out. 2015.

Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) (2014). O estado de segurança alimentar e nutricional no Brasil. Um retrato multidimensional. Relatório 2014. Disponível em:< https://www.fao.org.br/download/SOFI_p.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015.

_______. (2012). Panorama de la Seguridad Alimentaria y Nutricional en México 2012. Disponível em:< http://www.colpos.mx/wb_pdf/Panorama_Seguridad_Alimentaria.pdf>. Acesso em 17 out. 2015.

Gomez, J. A. A. (2011). Custodios de razas criollas de maíz en México. Programa Recursos Genéticos. INIFAP/CIRCE/CEBAJ. Disponível em:<http://snics.sagarpa.gob.mx/somos/Documents/Bajio/3%20Presentaci%C3%B3n%20CUSTODIOS%20SNICS%20-%20SINAREFI%20SEP%202011.pdf>. Acesso em 18 out. 2015.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2000). Censo Demográfico 2000. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/ Acesso em: 29 set. 2016.

______. Censo Agropecuário, 2006. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=pb&tema=censoagro>. Acesso em: 18 out. 2015.

______. (2016). Estados@, 2016. Paraíba. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=pb Acesso em 29. set. 2016.

______. (2016). Estados@, 2016. Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=rs Acesso em: 29 set. 2016.

______. (2004). Pesquisa de Orçamentos Familiares: Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil (POF 2002/2003), Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv4472.pdf Acesso em: 29 set. 2016.

______. (2013). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: Segurança Alimentar 2013. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2013/ Acesso em 29 set. 2016.

Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual (IDEME) (2010). Anuário Estatístico de Paraíba, 2010. Disponível em: http://ideme.pb.gov.br/servicos/anuarios-online/ano-base-2010/anuario_2010.pdf/view Acesso em 29 set. 2016.

Instituto Nacional de Estadística y Geografía (INEGI) (2014). Encuesta Nacional Agropecuaria- ENA, 2014. México. Disponível em: http://www.beta.inegi.org.mx/proyectos/encagro/ena/2014/ Acesso em: 30 set. 2016.

______. Puebla. Cuentame. Disponível em: http://www.cuentame.inegi.org.mx/monografias/informacion/pue/default.aspx?tema=me&e=21 Acesso em: 29 set. 2016.

Kepple, A. (2010). Relatório do produto 01: documento técnico contendo análise reflexiva sobre o conjunto dos principais resultados dos estudos realizados pela SAGI a respeito dos programas de Segurança Alimentar e Nutricional – PAA e Cisternas. Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI.

López, P. A. (2011) Entrevista concedida para o artigo: El Colpos custodia 3 razas de maíz criollo en Puebla de Yadira Llaven en 8 de febrero de 2011. La Jornada de Oriente - Puebla – Economía. Disponível em: http://www.lajornadadeoriente.com.mx/2011/02/08/puebla/eco109.php Acesso em: 30 set. 2016.

López, P. A. et al. (2013). Componente Recursos Genéticos Agrícolas. Informe final de actividades. Proyecto: Manejo Integral del Agroecosistema en el Estado de Puebla. SAGARPA, 2013. (não publicado)

_______. (2015). Manejo integral del agroecosistema en el Estado de Puebla. In: Resultados en conservación, uso y aprovechamiento sustentable de recursos fitogenéticos para la alimentación y la agricultura. Ciudad de México: Asociación Nacional para la Innovación y Desarrollo Tecnológico Agrícola, A. C. SAGARPA. SNICS, 2015. Disponível em: https://www.gob.mx/cms/uploads/attachment/file/168854/Resultados_en_Conservaci_n__Uso_y_Aprovechamiento_Sustentable_de_RFAA.pdf Acesso em: 05 de jun. 2017.

Maluf, R. S., Menezes, F. & Valente, F. L. (1996). Contribuição ao Tema da Segurança Alimentar no Brasil. Revista Cadernos de Debate, IV, 66-88.

Mansholt, U. J. (1909). Van Pesch Plantenteelt beknopte handleiding tot de kennis van den Neederlandschen landbouw. 3rd. rev. edn. pt. 2. Plantenteelt Zwolle, The Netherlands.

Moreira, Emília & Targino, Ivan. (2007). De território de exploração a território de esperança: organização agrária e resistência camponesa no semi-árido paraibano. Presidente Prudente: Revista Nera, (10).

Oliveira, A. U. (2002). A geografia agrária e as transformações territoriais recentes no campo brasileiro. In. Carlos, Ana Fani Alessandri (org). (2002). Novos Caminhos da Geografia. São Paulo: Contexto.

Pérez, J. F., Ortiz, B. P. V. & Soto, M. L. Q. (2012). ¿Soberanía, seguridad, autosuficiencia o crisis alimentaria? Caso de México y la región este de África. Problema básico en salud y calidad de vida. Revista Digital Universitaria, México DF, 13 (8). Disponível em:<http://www.revista.unam.mx/vol.13/num8/art87/> Acesso em: 17 out. 2015.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2013). Atlas Brasil 2013. Disponível em:<http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/o_atlas/glossario/>. Acesso em 15 out. 2015.

Santos, A. (2014). Depoimento no programa Dia de Campo da Embrapa. Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2014. Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=V68AyLG_sJ8>. Acesso em 18 out. 2015.

Secretaria de Agricultura, Ganaderia Desarrollo Rural, Pesca y Alimentación do México (SAGARPA) (2009). Monitor agroeconómico 2009 del estado de Puebla, Abril, 2009. Disponível em:<http://www.sagarpa.gob.mx/agronegocios/Estadisticas/Documents/PUEBLA.pdf>. Acesso em 18 out. 2015.

Secretaria do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional (SEPLAN) (2016). Atlas socioeconômico do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.atlassocioeconomico.rs.gov.br/ Acesso em: 29 set. 2016.

Silva, E. D. & Almeida, P. (2007). Um passeio pela Festa Sementes da Paixão. In: ALMEIDA, P. Sementes da Biodiversidade. Revista Agriculturas, 4 (3) 13-17.

Silva, V. P. R. et al. (2003). Análises da precipitação pluvial no Estado da Paraíba com base na teoria da entropia. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB, 7(2) 269-274.

Torres, F. T. (2002). Aspectos regionales de la seguridad alimentaria en México. Revista de información y análisis, 22.

Urquía-Fernandez, N. (2014). La seguridad alimentaria en México. Salud Publica Mex, v. 56, artículo especial, supl 1:S92-S98.

Vázquez, A. J. G. (2014). Conservación in situ, manejo y aprovechamiento de maíz Palomero Toluqueño con productores custodios. Rev. Mex. Ciencia Agrícola, 5 (8) 1519-1530.

Zeven, A. C. (1998). Landraces: a review of definitions and classifications. Euphytica, 104, 127–139.

Downloads

Publicado

19/09/2017

Como Citar

Pereira, V. C., López, P. A., & Dal Soglio, F. K. (2017). A CONSERVAÇÃO DAS VARIEDADES CRIOULAS PARA A SOBERANIA ALIMENTAR DE AGRICULTORES: ANÁLISE PRELIMINAR DE CONTEXTOS E CASOS NO BRASIL E NO MÉXICO. HOLOS, 4, 37–55. https://doi.org/10.15628/holos.2017.4749

Edição

Seção

ARTIGOS

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.